Com a operação Skala, deflagrada nesta quinta-feira 29 pela Polícia Federal, todos os principais operadores de Michel Temer estão presos. A lista inclui Henrique Eduardo Alves, o primeiro a trair a presidente Dilma Rousseff, Eduardo Cunha, que aceitou a farsa do golpe sem crime de responsabilidade, Geddel Vieira Lima, do bunker de R$ 51 milhões, José Yunes, parceiro de Temer em negócios imobiliários, o coronel Lima, tesoureiro informal da família, e Wagner Rossi, operador político do MDB. Depois desse verdadeiro strike, fica a questão: será que vão prender o chefe?

Agora que seu principal operador, José Yunes, foi preso pela Polícia Federal, Michel Temer, que usurpou o cargo da presidente Dilma Rousseff por meio de um vergonhoso golpe parlamentar, e que arruinou com a economia e a imagem do Brasil, só tem uma saída honrosa: a renúncia. Esta decisão do ministro Luis Roberto Barroso, de mandar prender Yunes e o presidente da Rodrimar, Antônio Celso Grecco, que se beneficiou de um decreto irregular no setor portuário, num dos primeiros esquemas de corrupção pós-golpe, a terceira denúncia contra Temer, inevitavelmente, será apresentada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e o presidente da Câmara, que se coloca como pré-candidato à presidência, não terá como não aceitá-la – até porque isso seria um presente para os deputados. Como Temer é rejeitado por 94% dos brasileiros, nada melhor do que degolá-lo antes das eleições.
A ascensão de Maia à presidência também interessa diretamente à Globo e às forças que lideraram o golpe de 2016, porque até agora não conseguiram produzir um candidato competitivo para enfrentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A aposta é que Maia, com a caneta nas mãos, possa tentar superar o deputado Jair Bolsonaro, que ocupou o espaço da direita brasileira.

Planalto já vê Temer encurralado
O clima no Palácio do Planalto após a Polícia Federal deflagrar a operação Skala, que prendeu amigos e ex-assessores de Michel Temer, é de apreensão. Segundo assessores próximos a Temer a operação foi “absurda” e tende a criar obstáculos à possível campanha de reeleição do emedebista à Presidência. Temer possui apenas 1% das intenções de voto, segundo as pesquisas eleitorais
DILMA TINHA RAZÃO: NÃO VAI FICAR PEDRA SOBRE PEDRA

– Em outubro de 2014, quando a revista Veja circulou com uma capa criminosa, usada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) para tentar levar a eleição presidencial daquele ano na mão grande, a presidente Dilma Rousseff fez uma profecia relacionada a todos os políticos que tinham planos para estancar a sangria. “Eu quero aqui manifestar meu repúdio a esse tipo de processo, que é um processo golpístico. Quero dizer que eu tenho uma vida inteira que demonstra o meu repúdio à corrupção. Eu não compactuo com a corrupção, eu nunca compactuei. Quero que provem que eu compactuei com a corrupção e não esse tipo de situação em que se insinua e não tem prova. Nesse caso da Petrobras, ou qualquer outro, que tenha a ver com corrupção, eu vou investigar a fundo, doa a quem doer. Quero dizer que não vai ficar pedra sobre pedra”, afirmou.
Dilma foi derrubada pelo golpe mais surreal da história, o dos corruptos contra a presidente honesta, num processo que tinha uma finalidade: estancar a sangria da Lava Jato, blindando políticos do PMDB e do PSDB. No entanto, a profecia de Dilma vem se cumprindo. Com o strike desta sexta-feira, três dos principais operadores de Michel Temer – José Yunes, coronel Lima e Wagner Rossi – foram presos, juntando-se a vários outros que já caíram, como Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima e Henrique Alves.
Se isso não bastasse, o articulador maior do golpe dos corruptos, senador Aécio Neves (PSDB-MG), também deve se tornar réu em razão do escândalo JBS. Ou seja: enquanto os golpistas caem e se afundam em seu próprio mar de lama, Dilma fica de pé.

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