MÍDIA E FASCISMO – Em editoriais uníssonos, Globo, Estadão e Folha ecoam a versão da máquina de propaganda sionista, de que as críticas ao ataque desumano que pretende dizimar o povo palestino, são parte do “antissemitismo contemporâneo”.

Francisco Mesquita Neto com Bolsonaro, Luis Frias e os irmãos osé Roberto, Roberto Irineu e João Roberto Marinho. Créditos: Marcos Corrêa PR / Reprodução Youtube / Divulgação Globo

Globo e Estadão assumiram a frente da máquina de propaganda sionista. Em editoriais uníssonos publicados nesta sexta-feira (12), iniciaram ataques ao presidente Lula que, após encontro com o embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeben, anunciou que o Brasil endossa a ação movida pela África do Sul na Corte Criminal Internacional (ICC, na sigla em inglês). O documento acusa Israel de cometer genocídio contra os Palestinos na ofensiva na Faixa de Gaza.

O Tribunal de Haia, como é conhecida a corte, iniciou nesta quinta-feira (11) o julgamento da ação, com a exposição de representantes sul-africanas. Nesta sexta-feira, a defesa do Estado sionista de Israel vai apresentar as suas alegações para o assassinato de mais de 23 mil palestinos – 70% deles mulheres e crianças – em pouco mais de três meses da invasão de Gaza.

Em editorial no jornal O Globo, a família Marinho – que controla o grupo de comunicação – classifica como “lastimável” a adesão de Lula à ação e faz eco à propaganda sionista, de que as críticas à ação cruel e desumana das Forças de Defesa de Israel no território palestino tratam de “antissemitismo”.

“Ao atender ao pedido do embaixador palestino no Brasil, Lula viola a tradição de equilíbrio da diplomacia brasileira, banaliza uma acusação que só deveria ser feita com a maior parcimônia, em atitude que fortalece a vertente mais insidiosa do antissemitismo contemporâneo”, diz o texto.

Os editoriais d’O Globo e do Estadão parecem até mesmo terem sido combinados ao usar os argumentos da propaganda sionista e lembrarem que o termo genocídio foi cunhado justamente para definir a perseguição de Adolph Hitler aos judeus na Alemanha nazista.

“A palavra foi cunhada justamente para descrever o crime dos nazistas contra judeus e outras minorias. Foi descrita na Convenção do Genocídio de 1948 como tipo penal definido por atos cometidos “com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso”. Só indivíduos são julgados por genocídio, jamais um país”, diz O Globo, defendendo ainda que a ação deveria ser proposta no “Tribunal Penal Internacional, que Israel não reconhece”.

“Ciente de que a acusação de “genocídio” contra Israel é voz corrente entre a militância esquerdista no Brasil e no mundo, Lula adere ao exagero retórico na expectativa de parecer um humanista, sem se preocupar muito com as consequências práticas de seus atos e palavras em relação aos interesses do Brasil que ele governa”, ecoa o Estadão.

Já a Folha diz, de forma contundente, que “genocidas foram os nazistas contra judeus e outras minorias na 2ª Guerra Mundial, o Império Otomano contra armênios em 1915 e 1916 e hutus contra tutsis em Ruanda em 1994”, abstendo os sionistas pelo genocídio recorrente contra os palestinos, que começou já durante a ocupação na região.

De forma mais branda que seus asseclas, a Folha diz que o “Brasil erra ao deixar equidistância na guerra; saída de Netanyahu seria melhor”, defendendo a deposição do premiê extremista de Israel, Benjamin Netanyahu.

“Além de ser o pivô da radicalização religiosa da política em seu país, ele chefia o gabinete humilhado pela penetração desimpedida de milhares de terroristas em Israel”, diz o jornal da família Frias.

Para justificar que “um país” não pode ser julgado por genocídio, O Globo tem o disparate de dizer que “o Exército de Israel diz adotar cuidados para poupar civis e garantir o fluxo de auxílio humanitário” e defender a versão sionista que diz que “já comprovou o uso de hospitais e escolas como instalações militares pelo Hamas”.

Na explanação nesta quinta-feira no Tribunal de Haia, os representantes da África do Sul destacam justamente os ataques em hospitais “com tudo o que continham, incluindo bebês” e cita o comportamento deplorável dos militares israelenses, visto em vídeos nas redes sociais, e de seus comandantes, que defendem a aniquilação dos palestinos e a incorporação de Gaza a Israel, como é previsto pelos sionistas antes mesmo da criação do Estado.

“O exército israelense celebra a destruição de vilas e cidades, e os soldados filmam cenas de bombardeio e destruição de casas, vilas e cidades, e querem instalar assentamentos sobre as ruínas dos palestinos”, disse um dos representantes da África do Sul

Via Revista Fórum

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