Primeira manchete do jornal O Globo de 2018 apela ao Cristo Redentor para que o Brasil e a economia do Rio de Janeiro sejam reconstruídos. Curiosamente, a Globo, em sua aliança com setores do Poder Judiciário, foi a principal responsável pela destruição do Brasil, com a quebra da indústria naval e a paralisação dos investimentos da Petrobras; além disso, com o fim da política de conteúdo nacional no petróleo, que veio com Michel Temer, fruto de um golpe apoiado pela Globo, o Rio bate recorde de desemprego
– O jornal O Globo do primeiro dia de 2018 faz um apelo aos céus, mais especificamente ao Cristo Redentor, para que o Brasil e o Rio de Janeiro sejam reconstruídos depois do caos dos últimos três anos. O que a Globo não faz é uma autocrítica em relação à contribuição que deu para a destruição do País e do próprio estado onde atua.
Hoje, o Rio sofre com a paralisação dos investimentos da Petrobras, decorrente entrega do pré-sal e do fim da política de conteúdo nacional, e também com a quebra da indústria naval – consequência direta da Operação Lava Jato.
O desastre não teria acontecido sem o apoio decisivo da Globo, que liderou um golpe midiáitico, jurídico e parlamentar contra uma presidente honesta e que acabou instalando os políticos mais corruptos do País no poder, justamente para que fosse executado o programa da chamada “ponte para o futuro” – que trouxe retrocessos como a entrega do petróleo, o fim das garantias trabalhistas e a ameaça às aposentadorias.
Nada disso trouxe prosperidade, muito pelo contrário, e o Rio hoje tem uma das maiores taxas de desemprego do País, além de uma situação caótica das contas públicas, com servidores com seus salários atrasados. Construir esse estrago é bem mais difícil do que foi destruir.
No livro “A elite do atraso”, o sociólogo Jessé Souza explica como a Globo imbecilizou o Brasil para levar adiante seu projeto de entrega das riquezas nacionais.
Reproduzimos, abaixo, um trecho do livro:
A grande mídia coloniza para fins de negócios, escusos ou não, toda a capacidade de reflexão de um povo, ao impossibilitar o próprio aprendizado democrático, que exige opiniões alternativas e conflitantes, coisa que ninguém nunca viu acontecer em época alguma em nenhum de seus programas. Isso equivale a imbecilizar uma nação que certamente não nasceu imbecil, mas foi tornada imbecil para os fins comerciais de uma única família que representa e expressa o pior de nossa elite do saque e da rapina.
(…)
O que se frustra aqui são os sonhos, os aprendizados coletivos e as esperanças de centenas de milhões. O que se impede aqui é o processo histórico de aprendizado possível de todo um povo que é abortado por uma empresa que age como um partido político inescrupuloso.
(…)
Com o cidadão feito de completo imbecil, é fácil convencê-lo de que a Petrobras, como antro de corrupção dos tolos, só dos políticos, tem que ser vendida aos estrangeiros honestos e incorruptíveis que nossa inteligência vira-lata criou e nossa mídia repete em pílulas todos os dias. Com base na corrupção dos tolos, cria-se, na sociedade imbecilizada por uma mídia venal que distorce a realidade para vendê-la com maior lucro próprio, as precondições para a corrupção real, a venda do país e de suas riquezas a preço vil. Esse é o resultado real e palpável do conluio entre grande imprensa, com a Rede Globo à frente, e a Lava Jato: é melhor entregar de vez a Petrobras, a base de toda uma matriz econômica, aos estrangeiros honestos e bem-intencionados.
DILMA: UM MUNDO SEM GLOBO NÃO É SÓ POSSÍVEL, MAS NECESSÁRIO
A presidente deposta Dilma Rousseff, segunda presidente da República a ser vítima de um golpe apoiado pelo grupo Globo, defendeu a redução do poder da família Marinho sobre a vida do País.
Em entrevista à TV 247, Dilma avaliou que o Brasil seria melhor sem a Globo. “Nós não podemos continuar com uma mídia controlada por quatro ou cinco famílias, que tentam, cada vez que você fala em fazer algo que se faz em qualquer segmento econômico e social, que é a regulação econômica, que é impedir que haja concentração. E no caso da informação, a concentração é gravíssima, que é pegar uma concessão de televisão e vender uma versão só”, afirmou a presidente deposta aos jornalistas Leonardo Attuch, Paulo Moreira Leite, Alex Solnik e o blogueiro Leonardo Stoppa.
“Um mundo sem Globo não só é possível, é necessário”, acrescentou Dilma, emendando que foi vítima nos dois golpes apoiados pela Globo, em 1964, no qual foi presa e torturada, e em 2016, quando perdeu o mandato sem comprovação de crime de responsabilidade.
Via Brasil 247