Zema “come” parte do salário de professor da Universidade Estadual de Montes Claros
Governo descumpre acordo de metas celebrado ano passado e será acionado judicialmente pela Adunimontes

A redução nos salários dos professores da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), constatada nos contracheques do mês de março, é resultado da política de arrocho salarial imposta pelo governador Romeu Zema na instituição.
Em comunicado que mais confunde que explica, a universidade informa que os professores perderam a ajuda de custo, que era incorporada aos vencimentos, porque a Unimontes “não atingiu o parâmetro necessário” para a manutenção do benefício no primeiro semestre da avaliação de desempenho determinada pelo governo do Estado.
As medidas governamentais, que incluem corte de 30% na folha de pessoal e custeio são, na verdade, instrumentos para a execução do ideário liberal de Zema, modelo de estado mínimo que ele pretende implementar com sua sanha privatista. Nas redes sociais, professores protestaram contra o “plano de metas” estabelecido com o governo em fevereiro, estranhando o fato de os educadores já estarem “pagando o pato” pelo não cumprimento por parte da universidade.
Em nota, a Associação dos Docentes da Unimontes (Adunimontes), informou que, como resultado da greve que durou 123 dias em 2018, foi pactuado com o governo anterior auxílio para recompor as perdas salariais, tendo como contrapartida metas anuais de eficiência.
“Em janeiro de 2019, contudo, o governo Zema suspendeu este auxílio, alegando a necessidade de repactuação das metas. Estranhamente, tal repactuação foi feita a portas fechadas, sem a participação da representação sindical, e o que se vê, agora, é a suspensão semestral do auxílio, derivada supostamente do não cumprimento de metas orçamentárias previstas na repactuação”, diz a nota.
“A quem interessa vincular o salário do professor a metas orçamentárias e fiscais que ele desconhece e sobre as quais ele não pode atuar? O que nos parece é que construíram um pretexto para a expropriação de nossos salários”, protesta a Adunimontes, acrescentando que neste ano as jornadas estendidas findam excepcionalmente em julho. Neste mês, foi suspensa a ajuda de custo, substituída por um auxílio-alimentação que veio para alguns, mas não para outros.
“Estão tornando a nossa renda variável conforme acordos palacianos e sucessivos `erros` nos contracheques, permeando ações institucionais pela subserviência e alheamento da comunidade acadêmica”, considera a Adunimontes, que estranha não ter havido a suspensão da ajuda de custo na Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg). Para a entidade, a reitoria precisa definir se está ao lado dos professores ou se irá sucumbir à inabilidade política.
“Somos nós, professores, que viabilizamos, junto aos estudantes, distintas ações que constroem a Universidade e desenvolvem a região. Somos nós que defendemos a Unimontes historicamente e continuaremos a defender. Os professores exigem representação junto ao governo para tratar de questões que envolvam a Universidade”. reitera a nota.
A representação dos professores informou que acionará judicialmente o governo do Estado por quebra de acordo de greve, assinado no Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

19 − quinze =