Localizado na Serra do Espinhaço e com vasto potencial artístico, arquitetô-nico e cultural, o município de Grão Mogol pede ajuda ao Iepha para preservar seu patrimônio, afetado pelas fortes chuvas que atingiram o Estado de dezembro a fevereiro.

 Seguindo as orientações do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, a prefeitura pediu a recuperação da Igreja Matriz de Santo Antônio, que teve parte do telhado danificado, piorando a situação de elementos internos, como o forro pintado a mão com a imagem do padroeiro da cidade, o piso em madeira maciça, as paredes de pedra, além de portas, janelas e esquadrias. O excesso de água e umidade provocaram a dilatação dos materiais.

“A Igreja Matriz é cartão postal da cidade, possui tombamento individual pelo município e pelo estado. O imóvel possui alta relevância a ponto de se tornar edificação motivadora de tombamento”, explica Maria Caroline Paulino, Arquiteta e Urbanista, Diretora de Departamento de Projetos Especiais de Grão Mogol.

Segundo ela, é importante ressaltar que as evidências culturais e históricas do município estão presentes nas edificações. “E por este motivo, outros quatro imóveis foram inscritos para tal apoio do Instituto: O Clube o Garimpeiro, O imóvel da rua Cristiano Rêlo 63, o da rua Sete de Setembro ( Antiga Secretaria de Saúde) e o Imóvel da Praça Coronel Janjão s/n, onde funcionava a antiga Prefeitura Municipal da cidade. Todos estes imóveis vêm sofrendo com as ações do tempo e a chuva”.

As edificações têm sistema estrutural misto com pedra, adobe, madeira e tijolo de barro. “Esta mistura de material se deu por intervenções feitas no decorrer dos anos, com reformas e reconstruções. O que ocasiona mais ainda os danos se tratando de infiltrações e desmoronamento de estruturas de madeira putrefata e adobe molhado”, diz a arquiteta.

O prefeito de Grão Mogol Diego Antonio Braga Fagundes, e a Diretoria de Projetos Especiais da Secretaria Municipal de Obras Públicas, vem trabalhando na solicitação de medidas emergenciais por parte do Iepha nos imóveis, para que não sejam ainda mais prejudicados pela ação do tempo.

O presidente do Iepha-MG, Felipe Pires, ressalta a importância da atuação do grupo nesse período chuvoso. “A proposta de se criar um grupo multidisciplinar para lidar especificamente com os danos causados pelas chuvas é um primeiro passo para a preservação dos importantes bens de interesse cultural que compõem o patrimônio de Minas”, pontua. “A partir do diagnóstico, uma série de ações preventivas e corretivas poderão ser executadas”.

Além de técnicos do Iepha, auxiliam o grupo representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiro.

SAIBA MAIS
O (Iepha-MG) divulgou uma lista de recomendações e medidas preventivas que podem ser adotadas para orientar os responsáveis pela guarda e uso dos bens culturais edificados.

Também foi elaborado pela equipe responsável pelo monitoramento do impacto das chuvas ao patrimônio cultural protegido em âmbito estadual um formulário encaminhado aos órgãos que atuam com patrimônio cultural ou responsáveis pelos bens protegidos pelo Estado. O objetivo é coletar informações diretamente e tornar mais rápido e dinâmico o levantamento de dados dessas edificações.

Via O Norte

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