Segundo o jornal Folha de São Paulo, Bolsonaro decidiu demitir o chefe do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Nacionais), após críticas do diretor à gestão atual.
– O Ministro da Ciência, Marcos Pontes, se reuniu com Ricardo Galvão nesta sexta (02/08). O INPE tem sido criticado e questionado há duas semanas pelo governo. Segundo Bolsonaro, os dados revelados pelo INPE – e corroborados por outros pesquisadores – ‘prejudicam o nome do Brasil’.

“É lógico que eu vou conversar com o presidente do Inpe. [São] Matérias repetidas que apenas ajudam a fazer com que o nome do Brasil seja malvisto lá fora”, afirmou ao final de um evento na sexta-feira dia 19 de julho

Bolsonaro e o Meio Ambiente


Em janeiro deste ano a então presidente do IBAMA, Suely Araújo, pediu exoneração do cargo um dia após o novo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, questionar no twitter um contrato de locação de veículos. Suely havia assumido o cargo na gestão Michel Temer. À época tanto Bolsonaro quando Ricardo Salles questionaram, via rede social, os contratos do IBAMA, dando a entender que havia corrupção. Suely desmentiu via nota, afirmando que “a acusação sem fundamento evidencia completo desconhecimento da magnitude do IBAMA e suas funções (…) [o contrato] foi aprovado pelo TCU”.

Bolsonaro que havia sido multado por pesca irregular, já conseguiu que as multas contra o desmatamento caíssem 23% {Folha} e que o próprio instituto cancelasse a multa que havia dado ao Presidente quando ele ainda era deputado. Em março deste ano o fiscal que o havia multado foi exonerado.

Agora, sob nova gestão, o IBAMA questiona os dados do INPE sobre desmatamento.

“Se você for somar os percentuais que já anunciaram até hoje de desmatamento da Amazônia, a Amazônia já seria um deserto. No entanto, nós temos muito

Augusto Heleno
General, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional

IBAMA questiona INPE
O INPE soltou um comunicado à imprensa, no dia 1º de agosto, informando que o diretor de Proteção Ambiental do IBAMA, Olivaldi Azevedo, fez uma apresentação sobre um estudo que analisava parte dos dados de alerta gerados pelo INPE e que este estudo indicou “inconsistências e erros” nos dados apresentados.

O INPE por meio do comunicado afirmou não ter tido acesso prévio a esta análise e que seus representantes responderam a todos os questionamentos feitos por Olivaldi. O INPE pediu o estudo para que pudesse avaliar as conclusões mas afirmou de antemão que “o estudo apresentado corrobora a metodologia do DETER, pois os alertas de desmatamento mostrados se tratavam de fato de áreas desmatadas. Qualquer comparação dos resultados do DETER com resultados de metodologias ou imagens distintas deve ser aprofundada, e requer uma avaliação mais completa.”

A Amazônia no governo Bolsonaro
Apesar dos ataques do governo Bolsonaro, o INPE tem recebido apoio de outras entidades. A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), entre outras entidades, manifestaram em carta aberta apoio e confiança nas atividades de monitoramento ambiental por Satélites realizadas pelo INPE – .

Estimativas realizadas por pesquisadores do INPE mostram que, no governo Bolsonaro, o desmatamento pode subir 268% em relação a 2017, que já foi um ano ruim, com índices que voltam aos anos 2000.

A avaliação de especialistas é que a estrutura deficiente dos órgãos reguladores, as brechas nas leis e a morosidade da justiça contribuem para a impunidade dos responsáveis e desestimulam ações para evitar reincidências.

Bolsonaro e a Amazônia
Desmatamento acumulado em KM², dados e projeções do INPE

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