Missa de Cinzas e Campanha da Fraternidade 2017
– Arcebispo lança campanha com alerta sobre biomas
O arcebispo Dom José Alberto Moura abriu na manhã desta quarta-feira (1), a Campanha da Fraternidade 2017, em evento realizado na Catedral Metropolitana de Montes Claros, com mais 10 padres e diáconos, além de centenas de fiéis. Na homilia, ele alertou para os riscos da mineração, como no caso de Paracatu, que está contaminando a população com arsênio ou mesmo o projeto de mineração do Alto Rio Pardo, que, através de mineroduto, levará o pouco da água do Norte de Minas para o mar. A campanha tem como Tema: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação”.
– Há mais de 50 anos a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil realizam no primeiro dia da Quaresma o lançamento oficial da Campanha da Fraternidade. Essa Edição, dando continuidade ao ano anterior, Igreja e Sociedade se mobilizam em função da ecologia e meio ambiente.
“Convertei-vos e credes no Evangelho”, iniciou dessa forma a homilia, D. José Alberto Moura. “Estamos iniciando essa quaresma, nessa celebração Eucarística onde receberemos as cinzas, lembrando-nos da nossa fragilidade aqui na terra e da necessidade de usarmos bem o potencial e tudo que Deus nos deixa nesse Planeta e em nós como pessoas humanas para realizarmos o projeto de Deus” e continuou com a mesma firmeza ao falar sobre o Tema da Campanha da Fraternidade 2017 – “Fraternidade: biomas brasileiros e a defesa da vida”.
“O Brasil é cheio de biomas e na sua diversidade apresenta uma riqueza para a vida humana, a vida da vegetação e a vida animal. Temos que cuidar de todos para que também tenhamos vida. Os biomas, o cerrado, a caatinga, a Mata Atlântica, o Pantanal, os pampas, a Amazônia, todos eles nos apresentam uma vitalidade muito grande. São dons de Deus e que devemos preservar”, disse dom José quando puxou para a realidade local um problema que é geral. “Olhando essa realidade vemos que o ser humano nem sempre usa a natureza para o bem. Devido a nossa fé, nossa conversão, mudança de perspectiva da vida, do egoísmo, olhamos para o projeto de Deus, para o que Ele quer que façamos dessa terra, desse planeta. Um planeta que dê vida e não o contrário” e foi enfático quando disse: “ Sofremos as consequências aqui no Norte de Minas. A umidade que vinha mais para cá, não vem mais. As árvores das matas ciliares foram cortadas de onde brotam as minas de águas, sofremos as consequências danosas dos seres humanos na natureza. Temos centenas e milhares de mineradoras que vão estragando e poluindo, por exemplo em Paracatu, que pertence a nossa Província de Montes Claros, eles dominam tudo. O povo vive respirando o arsênio o que inevitavelmente se torna em câncer e outras doenças nocivas ao humano”.
Ao finalizar sua homilia disse: “Os biomas precisam ser preservados. A Campanha da fraternidade não é apenas para meditarmos e sim colocar em prática conforme o Evangelho nos convida. Precisamos sim fazer penitência, orar e muito, precisamos converter para uma prática de vida. Usemos da Quaresma meditando e refletindo para debruçarmos sobre nossa realidade. Precisamos usar, mas bem adequada e racionalmente.
A campanha, que tem como lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2.15), alerta para o cuidado da Casa Comum, de modo especial dos biomas brasileiros.
Com informação de Girleno Alencar e Viviane Carvalho (Foto: Divulgação)