Bolsonaro ganha em 16 estados e no Distrito Federal; Nordeste garante segundo turno

O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, é o mais votado em 16 estados e no Distrito Federal. O capitão reformado do Exército só ficou atrás de Fernando Haddad (PT) nos oito Estados do Nordeste e no Pará. Ciro Gomes (PDT) liderou a disputa no Ceará, seu berço político.

Bolsonaro e Haddad disputam a Presidência pela primeira vez e foram os dois mais votados entre os 13 postulantes ao Palácio do Planalto. O resultado do primeiro turno quebrou a polarização entre PT e PSDB na eleição presidencial. Nas últimas seis eleições, houve duas vitórias do PSDB (1994 e 1998) e quatro do PT (2002, 2006, 2010 e 2014).

O Nordeste que garantiu a vitória a Dilma Rousseff em 2014 também assegurou a ocorrência de segundo turno neste ano.

O Estado em que Bolsonaro teve vitória mais acachapante foi Santa Catarina, onde ficou na casa dos 65%, contra 15% de Haddad. O petista, por sua vez, dominou com maior diferença no Piauí, com 62% dos votos válidos ante 19% do candidato do PSL. No Ceará, Ciro obteve 41% e venceu Haddad, que pontuou 32%.
Minas Gerais, Estado conhecido politicamente por ser representativo do Brasil – com um Norte pobre e um Sul rico -, espelhou quase que de modo idêntico a disputa em âmbito nacional. Lá, Bolsonaro obteve 48% e Haddad, 27%

A disputa final entre os dois candidatos ocorrerá em 28 de outubro. Com porcentagem semelhantes de rejeição nas pesquisas, não é possível apontar ainda quem é o favorito.

Em quase 30 anos de atuação parlamentar, Bolsonaro conseguiu aprovar apenas dois projetos de sua autoria. O primeiro trata de uma proposta que estendia o benefício de isenção do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para bens de informática.

O segundo é o projeto que autorizava o uso da chamada “pílula do câncer” – a fosfoetanolamina sintética. Nunca ocupou cargo de destaque no Parlamento, sempre integrou o chamado baixo claro.

Racista, homofóbico, misógino e pró-ditadura, como resumiu o jornal francês Liberátion em recente reportagem de capa, Bolsonaro foi alvo de várias acusações por preconceito. No Supremo, é réu em duas ações penais, nas quais é acusado de injúria e apologia do estupro por ter afirmado, na Câmara, que só não estupraria a deputada petista Maria do Rosário porque ela era “feia demais.

Haddad também cresceu nas pesquisas após o PT formalizar sua candidatura, depois de o ex-presidente Lula ser barrado da disputa pelo Tribunal Superior Eleitoral. O petista ficou estagnado nos últimos dias, mas manteve patamar suficiente para chegar ao segundo turno.

O petista foi ministro da Educação do ex-presidente Lula e ex-prefeito de São Paulo. Em 2016, ele perdeu a disputa à prefeitura paulistana para João Doria, do PSDB.

Ciro Gomes, do PDT, ficou em terceiro: até o momento, tem 12,52% dos votos. Geraldo Alckmin, do PSDB, ficou em quarto, com 4,83% por ora.

 

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