A história universal está eivada de exemplos de mentes brilhantes.

Em todas as áreas.

De Beethoven a Pelé.

De Da Vinci a Einstein.

E a humanidade se curva, se espelha, se orgulha, cita-as como exemplos, imortaliza-as.

Gênios que a genética não explica.

De quando em quando os povos são colhidos de surpresa pelos feitos quase impossíveis dessas inteligências brilhantes.

E quando elas surgem, aqui ou acolá nesse território do planeta, o meio mais comum de se saudar esses queís privilegiados é sacudindo o corpo, pois a maioria dos humanos não sabe bater palmas.

Lula é um desses cérebros mágicos.

Em plena era da comunicação do século XXI.

O menino nordestino, que não tem o cata piolho da mão esquerda, sobra em Inteligência.

Sábado último ele deu ao mundo intelectual ou inculto dos quatro cantos do planeta mais uma demonstração inequívoca dessa sua habilidade.

Quando as mais altas autoridades desse país tidas como de Inteligência acima da média, os maiores veículos de comunicação, inclusive, a grande mídia internacional, os políticos de todos os partidos e os seus companheiros trabalhadores que se espremiam à porta do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo esperavam que ele se entregasse à Polícia Federal para o cumprimento de uma pena a que fora condenado por corrupção, eis que a inteligência iluminada do ex-presidente entra em ação.

Em vez de um condenado algemado, cabisbaixo, tampando a cara para não ser televisionado, a massa presente foi surpreendida com um veemente discurso de uma pessoa de ideias livres.

Aproveitando que a própria Justiça que o condenou permitiu a sua presença a uma missa em homenagem póstuma à memória de sua esposa Marisa, o ex-presidente fez a festa do povo.

Declarou sua inocência, xingou seus desafetos, desacreditou os togados das mais altas cortes do Judiciário federal e disse que iria se entregar.

Mas não ficou só nisso o show do ex-presidente e chegou mesmo a emocionar até mesmo os ferrenhos adversários.

Ele fez de contas que iria se entregar à PF, deixando o local em carro com o seu advogado e tendo a certeza de que os militantes do seu Partido dos Trabalhadores não iriam deixá-lo sair.

Depois, quando a noite veio, os holofotes da mídia se apagaram, os aparatos policiais tanto em São Paulo como em Curitiba foram desfeitos, eis que Lula dá o golpe final de sua estratégia: dirigiu-se a pé até o carro da Polícia Federal que o conduziria para o aeroporto de Congonhas e dali para Curitiba, onde começaria a cumprir pena como preso político, numa cela improvisada nas dependências da Polícia Federal.

Lula, que gosta muito de futebol, aplicou uma finta de corpo em todo mundo.

E colocou a ONU e sua Declaração Universal dos Direitos Humanos para fazer a sua defesa.

Estadistas têm dessas coisas.

* Por Felipe Gabrich é jornalista e colaborador do EM CIMA DA NOTÍCIA

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