Richard, do Cruzeiro, Nino Paraíba, Marlon, Matheusinho e Dadá Belmonte, do América-MG são citados em investigação de manipulação de resultados, mas ainda não foram investigados

A Operação Penalidade Máxima II, que investiga manipulação de resultados no esporte, segue investigando diversos atletas que atuam em clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Até o momento, o caso mais grave é o do zagueiro Eduardo Bauermann, do Santos.

Diante das citações e investigações do Ministério Público de Goiás (MP-GO) a respeito de atletas que estariam envolvidos em esquema de apostas, o Cruzeiro resolveu afastar ‘preventivamente’ o volante Richard e o América avalia afastar quatro jogadores do elenco: os laterais Nino Paraíba e Marlon, o meia Matheusinho e o atacante Dadá Belmonte. Desses, Paraíba já teve o afastamento confirmado pelo Coelho.

O jogador Richard ficou de fora da partida desta quarta-feira (10), diante do Fluminense, às 21h30, no Mineirão, pela quinta rodada do Brasileirão.

O comunicado foi feito através das redes sociais da equipe: “O Cruzeiro comunica que o atleta Richard está afastado preventivamente das atividades da equipe de futebol profissional”, postou o clube, sem entrar em detalhes sobre a situação.

Nino Paraíba

Nino Paraíba foi o primeiro jogador afastado do Coelho. Nesta quinta-feira (10), o clube confirmou afastamento preventivo por conta das investigações.

“O América Futebol Clube informa que o atleta Nino Paraíba está afastado preventivamente das atividades do futebol. O clube está acompanhando os desdobramentos da Operação Penalidade Máxima 2, do Ministério Público de Goiás, em relação aos demais atletas que tiveram os nomes envolvidos neste lamentável episódio”, escreveu o clube.

Segundo a reportagem, as denúncias envolvendo Nino Paraíba e Dadá Belmonte são referentes ao período em que eles jogavam em outros clubes. O lateral defendia o Ceará, enquanto o atacante atuava pelo Goiás. Eles não foram denunciados formalmente, mas o MP-GO segue investigando o envolvimento desses e outros atletas no esquema.

Dadá Belmonte e Nino Paraíba são citados como participantes do esquema. A despeito disso, não há reproduções de conversas envolvendo os dois atletas do América. Em conversas com apostadores – que foram denunciados duas vezes pelo Ministério Público nas fases existentes da investigação – há uma lista com o nomes de Nino.

O jogo entre Cuiabá e Ceará é um dos citados pelo MP-GO. Os nomes de Nino Paraíba e Richard, do Cruzeiro, estão juntos na aposta “casada” – o que é feito para elevar a possibilidade de multiplicação dos ganhos.

Nino Paraíba teve conversas interceptadas pelo MP por meio do celular do intermediário que buscou a confirmação para ser punido com um cartão amarelo no jogo. O ex-jogador do Ceará, atualmente no América, responde aos intermediários: “Qual foi a vez que eu fiz e não tomei?”.

Ainda não há, nas investigações, comprovações de depósitos por parte dos apostadores. A quadrilha adotava o seguinte método: prometia uma quantia e pagava um adiantamento. Os valores oferecidos e comprovados passam da casa de R$ 1 milhão.

Dadá Belmonte

Na aposta envolvendo Dadá Belmonte, ex-atacante do Goiás, não houve lucro por parte da quadrilha. Isso porque o zagueiro Eduardo Bauermann, que integrava o jogo múltiplo, não foi expulso. Por sua vez, Belmonte foi expulso na partida contra o Fluminense. Em diálogos, os apostadores afirmam que o prejuízo girou em torno de R$ 800 mil nesta operação específica.

“Os outros dois jogadores que foi o da Dadá Belmonte, você pode olhar aí o Dadá Belmonte (…) o Eduardo Bauerman não foi expulso, ele foi expulso depois que o juiz apitou o jogo. Não adianta nada”, diz o intermediário denunciado.

O jogo em questão, que o hoje atacante do América foi expulso, é o da 37ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A do ano passado. A rodada tem outros jogos investigados: Botafogo x Santos (para Eduardo Bauermann ser expulso), e Palmeiras x Juventude (para que o lateral Moraes tomasse um cartão amarelo).

Dadá Belmonte não atua pelo América desde a estreia na Copa do Brasil, no dia 12 de abril. O último jogo de Nino Paraíba pelo Coelho foi a derrota no fim de semana contra o Cuiabá. Richard vive boa fase no Cruzeiro. O volante participou das últimas seis partidas da Raposa – cinco delas como titular.

Marlon e Matheusinho

De acordo com a reportagem, o nome do lateral-esquerdo Marlon foi citado por aliciadores no documento do MP-GO, assim como o do meia Matheusinho.

Operação Penalidade Máxima II

A Justiça de Goiás acatou nova denúncia oferecida pelo Ministério Público do estado (MP-GO) no âmbito da Operação Penalidade Máxima II, que investiga a manipulação de resultados no futebol com o envolvimento de jogadores e intermediários. Agora, os 17 citados são réus e têm um prazo de dez dias para responder as acusações. Desses, cinco são atletas profissionais. A decisão é da 2ª Vara Estadual de Repressão ao Crime Organizado e à Lavagem de Capitais do Estado de Goiás.

Outros quatro jogadores colaboraram com as investigações e não foram denunciados pelo MP-GO. Onitlasi Moraes Rodrigues Júnior (à época no Juventude), Kevin Lomónaco (Bragantino), Nikolas Santos de Farias (Novo Hamburgo) e Emilton Pedroso Domingues (Inter de Santa Maria) receberam valores e concordaram com a manipulação, mas auxiliaram o órgão público nas investigações.

Em 16 de março, a Justiça do estado de Goiás já havia aceitado a denúncia da primeira fase da mesma operação. Além de acatar a denúncia nesta terça-feira (9), a Justiça manteve a prisão preventiva dos seguintes denunciados: Bruno Lopez de Moura (apontado como chefe do esquema), Thiago Chambó Andrade (aliciador/intermediário) e Romário Hugo dos Santos (ex-jogador e também aliciador).

 

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