Da esq.: para a dir.: Carlos Alberto Sicupira, Paulo Lemann e Marcel Telles (Foto: Divulgação | Reuters)

Juiz da 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ordenou o levantamento do sigilo que cobria os processos relativos à recuperação judicial da Americanas

No sábado (11), o juiz Paulo Assed Estefan, responsável pela 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do estado do Rio de Janeiro, ordenou o levantamento do sigilo que cobria os processos relativos à recuperação judicial da Americanas, além de autorizar a divulgação de detalhes sobre um financiamento especial que a rede de varejo busca, chamado DIP.

De acordo com a decisão do juiz, as informações referentes à investigação realizada pela Preserva-Ação Administração Judicial, pelo advogado Bruno Rezende e pelo escritório de advocacia Zveiter sobre as discrepâncias contábeis apresentadas pelo Grupo Americanas serão disponibilizadas para consulta pública.

O juiz também permitiu a visualização dos pormenores do financiamento DIP, que é um tipo de empréstimo destinado a empresas em dificuldades financeiras. Em fevereiro, a Justiça do Rio de Janeiro aprovou um empréstimo de R$ 2 bilhões, dos quais os acionistas de referência da Americanas, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, haviam se comprometido a aportar R$ 1 bilhão. O restante do empréstimo seria captado no mercado, mas os detalhes desse processo estavam até agora sob sigilo.

Nos últimos dias, o trio decidiu aumentar o valor da capitalização na rede para R$ 10 bilhões, incluindo o DIP. No entanto, os bancos ainda não chegaram a um acordo, já que desejam uma quantia maior, em torno de R$ 15 bilhões.

O juiz, ao decidir derrubar o sigilo, levou em consideração o “relevante interesse econômico e social” envolvido na recuperação judicial da Americanas. A empresa anunciou em janeiro um déficit de R$ 20 bilhões e dívidas que ultrapassam R$ 40 bilhões.

No sábado, o juiz Paulo Assed Estefam determinou que o cartório da 4ª Vara Empresarial registre todos os advogados habilitados pelos credores do Grupo Americanas, para que possam ser intimados e acompanhar as decisões proferidas no processo de recuperação judicial.

A Americanas ainda não se manifestou sobre a decisão judicial.

Brasil 247

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