– Pau que nasce torto nunca se endireita: jornal Hoje em Dia, do casal Ruy Muniz e  Raquel Muniz sofre intervenção judicial –

 Depois que o jornal Hoje em Dia foi comprado por Joesley Batista, dono da JBS, a pedido do senador Aécio Neves (PSB), réu na operação Lava-Jato, para ajudar os antigos donos do jornal, e vendido para o casal Ruy e Raquel Muniz, seus empregados vivem num verdadeiro inferno astral. Eles saíram das mãos de Aécio e caíram no colo de outros golpistas. Ruy Muniz foi prefeito de Montes Claros, e chegou a ser preso por corrupção (veja aqui), e sua esposa, a ainda deputada Raquel Muniz, é investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
 Veja abaixo a matéria do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais 

Justiça determina intervenção no jornal Hoje em Dia

O juiz Marcos Vinícius Barroso, da 12ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, determinou intervenção na Ediminas, proprietária do jornal Hoje em Dia, e na Minas Editora, acionista da Ediminas. A decisão visa a garantir o pagamento da dívida trabalhista com os jornalistas dispensados pelo Hoje em Dia em 2016 sem o pagamento de verbas rescisórias e nem mesmo o salário do último mês trabalhado.

Por decisão do juiz, os sócios das duas empresas estão proibidos de praticar quaisquer atos jurídicos em nome delas, sem aprovação judicial. Entre esses atos estão a venda das cotas societárias das empresas, que ficarão em indisponibilidade e penhora. O juiz considerou que as cotas podem ter valor comercial para pagamento da dívida dos jornalistas.

O Hoje em Dia pertence atualmente ao ex-prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PSB), um dos réus desse processo e de inúmeros outros na seara criminal e trabalhista. Além do político, também é réu na ação sua esposa, a deputada federal Raquel Muniz (PSC), Flávio Jacques ex-proprietários do Hoje em Dia, além da Sociedade Educativa do Brasil (Soebras), Ediminas, Editora Minas, Rádio e Televisão Record, Lucianne Rafaella Viana Tupinambá e Luciano Resende Martins de Souza.

De acordo com a Justiça, antes da demissão foram praticados “inúmeros atos de desfazimento e proteção patrimoniais na iminência do encerramento das atividades das empresas”, dentre eles alienação fiduciária e alienação de imóvel no valor de R$ 19 milhões.

O imóvel citado é a antiga sede do Hoje em Dia, cuja venda apareceu na delação premiada da JBS. Ele foi comprado por Joesley Batista, dono da JBS, a pedido do senador Aécio Neves (PSB), réu na operação Lava-Jato, para ajudar os antigos donos do jornal.

Em junho deste ano, jornalistas e movimentos sociais ocuparam o prédio para chamar atenção da sociedade para o calote dado nos trabalhadores pelos donos do jornal.

Nos dias 29 de fevereiro e 1º de março de 2016, 38 jornalistas do Hoje em Dia foram demitidos, ao fim da jornada de trabalho. A empresa não pagou o acerto rescisório e nem mesmo os salários do mês. Alguns dias antes, o jornal tinha trocado de mãos pela segunda vez em dois anos, passando do Grupo Bel, de Flávio Jacques Carneiro, para a Soebras, de Ruy Muniz.

O juiz informa ainda que foi efetivada ordem judicial de busca, apreensão penhora e depósito de veículos de luxo existentes em nome da companheira de Flávio Jacques, que não entregou declarações rendimentos nos anos calendários de 2015 e 2016.

Nesta quarta-feira 1/11, houve mais uma audiência do processo (foto), na qual diretores do banco Bradesco foram convocados para dar esclarecimentos sobre transações referentes a venda de imóveis particulares de Flávio Jacques Carneiro. A interventora no jornal Hoje em Dia acompanhou a audiência.

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