O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), vai tornar obrigatório o uso de máscara pela população da capital mineira em prevenção ao novo coronavírus. O chefe do Executivo municipal disse, nesta terça-feira (14), que a determinação será publicada em um decreto.

Kalil comparou o combate ao Covid-19 a uma “guerra” e não estipulou prazo para o fim do isolamento social da população, mesmo com a pressão sofrida por setores do comércio (veja abaixo).

A obrigatoriedade da utilização das máscaras será publicada no DOM (Diário Oficial do Município) da próxima sexta-feira (17).

A medida se assemelha ao que vem acontecendo em cidades da região metropolitana, como Lagoa Santa, Pedro Leopoldo, Nova Lima e Santa Luzia. O utensílio será entregue pela PBH à população carente.

População já vem utilizando máscaras ao sair às ruas (Amanda Dias/BHAZ)

“Olha, nós não somos obrigados a entregar máscara pra população. Vamos fazer isso para os miseráveis, os invisíveis. Só vamos permitir, a princípio, a entrada nos estabelecimentos públicos com máscaras, depois podemos estudar alguma outra coisa”, disse.

O prefeito pediu ajuda da população na prevenção e falou que as próprias pessoas podem fazer as máscaras para utilizarem.

“Faz com meia, faz com fralda, a população tem que cuidar dela mesma. É todo mundo junto usando máscara. Só temos um inimigo e o ministro [da Saúde] deixou claro. Se não tiver capacete e o tiro tiver comendo, caça um penico e põe na cabeça. Nós temos que nos proteger”, afirmou Kalil.

Isolamento

O isolamento social segue sem data para acabar e Kalil voltou a afirmar que a decisão cabe aos infectologistas que fazem parte do comitê de combate ao Covid-19 em BH.

“O plano de flexibilização [do isolamento] vai seguir o protocolo internacional que será comandado pelo comitê. O prefeito não decide nada. BH optou pela ciência, pela tecnologia e desse propósito não vai sair”.

Apesar dos pedidos feitos pelas autoridades em saúde, é comum ver pessoas transitando pelas ruas da capital mineira. O BHAZ mostrou que na região de Venda Nova, o centro comercial segue com grande fluxo, mesmo com a orientação para a população permanecer em casa.

Kalil disse que a PBH está fazendo monitoramento dos telefones celulares e aguarda os resultados para “saber o nível do isolamento social”.

Retomada do comércio

Se o isolamento não tem data para término, a reabertura dos comércios segue impedida. Kalil afirmou que não adianta as pressões feitas sobre ele.

“Não vai adiantar pressão de nenhuma instituição, federação, confederação. Nada vai desviar o propósito de não virar Milão. Um prefeito do interior disse uma frase que vou tentar plagiar: ‘Prefiro 10 mil desempregados do que 50 mil mortos’”.

O prefeito pediu paciência da população, já que os ônibus do transporte público estão lotados, devido à redução no quadro de horários. “É guerra gente e numa guerra nunca conseguimos 100% de excelência em nada”.

Para auxiliar a higienização da população, Kalil disse que pias estão sendo instaladas em pontos da cidade.

Crítica ao governo federal

Durante a coletiva, Alexandre Kalil ainda fez uma crítica ao presidente Jair Bolsonaro, mas sem citar o nome do chefe do Executivo nacional. Em diversas vezes Bolsonaro se posicionou contrário à ciência e tecnologia, mesmo quando ainda não era presidente da República.

“Agora eu acho que alguém está descobrindo que nós precisamos de faculdade, médico, do SUS e de tecnologia, não é? Depois de tudo que aconteceu, eles estão descobrindo que nós precisamos da ciência”, afirmou o prefeito.

Fonte: BHAZ

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