A emissora carioca tentou novamente negociar com a cúpula da categoria, mas desistiu por não chegar a um acordo por questões financeiras

A Fórmula 1 não vai mesmo ser transmitida pela Globo em 2021. A emissora confirmou na noite desta quinta-feira (4) ao GRANDE PRÊMIO, por comunicado, que finalizou as negociações com a FOM e a Liberty Media e não conseguiu um acordo.

“A Globo manteve negociações constantes com a FOM/Liberty Media sobre a renovação dos direitos da Fórmula 1, sempre considerando a nova realidade mundial dos direitos esportivos. Infelizmente não houve acordo. A Globo continuará a fazer a cobertura da categoria em suas plataformas para manter o fã do esporte informado sobre tudo o que acontece no mundo do automobilismo”, disse a Globo.

A menos de dois meses do começo da temporada 2021 no Bahrein, marcado para 28 de março, a situação vira um caso de aposta similar às que são feitas no bet365 ou Sportingbet: quem vai transmitir a F1 no Brasil?
Trata-se da segunda desistência da Globo em transmitir a Fórmula 1. A primeira havia sido oficialmente comunicada em agosto e tinha os mesmos motes de agora: as altas cifras cobradas pela FOM/Liberty Media, que chegavam a US$ 22 milhões (cerca de R$ 120 milhões na cotação de hoje).

A partir de então, deu-se uma corrida pelo ouro da Fórmula 1. Foram tempos em que até a TV Cultura mostrou interesse em passar a categoria. A Disney, que transmite o campeonato na América Latina toda, quis abraçar a causa, mas tinha ciência de que, sozinha, não conseguiria e que o Liberty Media buscava uma emissora em TV aberta.

Em meados de dezembro, a Disney anunciou que havia encerrado as negociações por entender que não era financeiramente viável. A emissora que detém os canais ESPN e FOX Sports tentava uma parceria com o SBT.

Com os meses de indefinição, a Globo voltou à mesa de negociações em novembro para manter o campeonato em sua programação na temporada 2021 a pedido de Chase Carey, que ocupava o posto de chefão da Fórmula 1 até o fim do ano passado antes de dar espaço ao italiano Stefano Domenicali.

Carey foi o responsável por todo o imbróglio que ajudou a tirar a Globo, em um primeiro momento, da transmissão da categoria e dar força para a Rio Motorsports. Quando notou que não sairia autódromo nem dinheiro garantindo o acordo para os direitos de TV, entrou em contato pessoalmente com a prefeitura de São Paulo para reatar a parceria com Interlagos e pedir que a Globo considerasse uma nova proposta.

A Globo, então, fez uma oferta menor que os US$ 20 milhões (R$ 108,4 milhões na cotação de hoje) então propostos inicialmente, soube o GRANDE PRÊMIO. Liberty Media/FOM fizeram uma contraproposta. As negociações ficaram paralisadas por um tempo em virtude da virada de ano e foram retomadas em janeiro. A 50 dias do início previsto da temporada no Bahrein, veio a notícia da desistência da emissora.
Em novembro, a Globo perdeu os direitos da Stock Car para a Bandeirantes. Entende-se que há ainda uma possibilidade de a emissora paulista tentar fechar um acordo com a FOM, embora se saiba que a Bandeirantes não tem dinheiro suficiente para bancar o que a Fórmula 1 pede.

Além disso, a Bandeirantes precisaria correr, em caso de acordo fechado, para fechar cotas de transmissão, o que soa difícil para o momento.

A F1, internamente, tinha compreensão de que só a Globo teria condições estruturais e financeiras de exibir as corridas em TV aberta. O Brasil é o maior mercado do mundo em termos de audiência.

Assim, a maior categoria do automobilismo mundial está com o futuro incerto na TV brasileira. A F1 TV, serviço via streaming, estará disponível aos brasileiros em seu acesso completo a partir desta temporada.

Fonte: GP

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