Antes só do que mal acompanhado 

Golpitas entregam o bagaço para Pimentel, após tomar o caldo – Mas há males que vêm para o bem 

O (P)MDB – partido de Eduardo Cunha e Michel Temer, em Minas Gerais, decidiu, depois de usar e abusar do governo, abandonar o barco do governador Pimentel. Da mesma forma que fez a presidenta Dilma Rousseff, que sofreu o impeachment com os votos dos deputados mineiros Fábio Ramalho (PMDB); Leonardo Quintão (PMDB); Mauro Lopes (PMDB); Newton Cardoso Jr (PMDB); Rodrigo Pacheco (PMDB) e Saraiva Felipe (PMDB).

O articulador do golpe em Minas, o vice-governador Antônio Andrade (PMDB), foi citado pelo lobista Ricardo Saud, responsável pelo pagamento de propinas a políticos da JBS. Ele aparece nas planilhas da JBS junto ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que apontam aproximadamente R$ 8 milhões em repasses.

Segue a matéria do jornal O Tempo

MDB decide em prévias que vai ter candidato próprio ao governo de Minas Gerais

Com 353 votos favoráveis e 12 contrários, delegados da sigla deliberaram pelo fim da aliança com o PT
Em um evento marcado pela ausência de caciques políticos e chuvas de críticas à gestão do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), os delegados do MDB estadual decidiram nesta terça-feira (1) que a legenda vai ter candidatura própria na corrida pela cadeira do Palácio da Liberdade neste ano. Foram contabilizados 353 votos favoráveis, 12 contrários e um em branco. As prévias foram realizadas em um hotel na região Nordeste de Belo Horizonte.

Pelo menos na teoria essa deliberação marcou o fim da aliança entre PT e MDB. Pelo estatuto da agremiação, a instância que definiu as prévias é a máxima do partido. Dessa forma, a sigla somente não terá nome próprio se todos os pré-candidatos desistirem. Na convenção, caberá aos delegados escolherem quem vai ser o candidato e qual vai ser a coligação.

A legenda tem hoje três pré-candidatos: o presidente do MDB estadual e vice-governador Antônio Andrade, o deputado federal Leonardo Quintão e o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Adalclever Lopes – que não foi ao encontro. Rompido desde 2016 com Pimentel, Andrade admitiu que a aliança selada com o PT em 2014 foi um “erro”.

Ele ainda aproveitou para defender que, a partir de agora, o MDB deixe os cargos e as cinco secretarias que têm na atual gestão: “Acho que o partido deve se afastar definitivamente do governo”. Questionado se renunciaria, ele rejeitou a hipótese com a justificativa de que “foi eleito pelo povo”.

Chamou atenção o quórum baixo de parlamentares nas prévias. Compareceram dois dos 13 deputados estaduais e dois do cinco deputados federais. O vice-governador minimizou as ausências e, segundo ele, o presidente da Assembleia já tinha avisado que estaria no exterior e informou que também descarta apoiar o PT.

Costuras. Internamente, essas faltas foram vistas como um recado claro dos deputados de que não há nada definido e que nenhum apoio está descartado. A avaliação é que a aliança com o PT é mais vantajosa para que esses parlamentares se reelejam. “Talvez os deputados, ainda na ansiedade de serem reeleitos, movidos pelos recursos e emendas que têm, não absorveram a ideia de candidatura própria. Acho que eles vão chegar a essa conclusão”, alfinetou o vice-governador.

Rechaçando veemente qualquer tipo de conjuntura com PT, Antônio Andrade explicou que quem não aceitar a deliberação das prévias pode sofrer sanções. “A executiva que vai determinar a punição. O estatuto prevê até a expulsão. Mas todos vão ser favoráveis à candidatura própria”, garantiu ele, que classificou o veredito dos delegados como “irreversível”.

Contudo, o deputado federal Saraiva Felipe não descartou essa aliança. “Eu sou favorável à candidatura própria desde que o nome se mostre viável e nos apresente uma chapa proporcional competitiva”, disse. Leonardo Quintão avaliou que todos os partidos, inclusive o PT, são bem-vindos, mas ressaltou que o MDB terá a cabeça de chapa. “É necessário diálogo com todos os partidos. O MDB fez aliança na eleição passada e nenhuma é automática para as próximas eleições”, afirmou.

No Estado, a “ala petista” do MDB tinha como principal líder Adalclever Lopes. Mas a relação do grupo com Pimentel azedou e resultou na abertura de um processo de impeachment contra o petista na Assembleia, avalizada por Adalclever Lopes. Um dos motivos foi a chegada da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) na chapa para concorrer ao Senado. O emedebista era cotado para ser senador e foi o principal prejudicado com a negociação.

O slogan da campanha do MDB para o governo de Minas é a frase da bandeira mineira, trocando o tamen por Temer. “Libertas quæ será Temer”. 

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