As reações contra o corajoso posicionamento de Lula ao condenar o massacre na Palestina provém, em sua maioria, de pessoas que desprezam a paz e estão ao lado dos que promovem a guerra a qualquer custo, extremistas de direita, admiradores de monstros como Hitler e Mussolini, propagadores da cultura do ódio e da intolerância.
Essas pessoas carregam uma identidade. Não se trata de seres abstratos. Não são personagens de narrativas ficcionais. Elas são reais, concretas, e atuam diuturnamente motivadas pelo instinto de dominação, escravização e aniquilamento das diferenças. Elas sabem que em sua fala Lula não minimizou os efeitos catastróficos sofridos pelos judeus durante o holocausto, as torturas, os assassinatos… Sabem que em toda a sua trajetória Lula sempre agiu pautado por uma ética humanista e solidária. E é justamente por isso que lhe perseguem.
Se Lula fosse um ditador, um defensor dos carrascos e poderosos sem escrúpulos, com certeza, seria aplaudido pelos inimigos da paz. Se Lula tivesse a estupidez como norteadora dos seus atos políticos já teria sido ovacionado pelos malfeitores espalhados por diversas partes do mundo. Mas não. Lula tem a coragem de se manifestar bravamente contra a morte e o sofrimento extremo imposto ao povo palestino e não se curva diante das ameaças e dos frequentes ataques à sua atuação em defesa da democracia e dos direitos humanos. Mesmo quando foi preso injustamente por aqueles que alçaram ao poder um representante inequívoco do fascismo, Lula não se acovardou.
Através das suas palavras a favor da paz na Palestina, Lula disse ao mundo uma verdade incontestável: é necessário acabar com as ações violentas e assassinas que têm vitimado mais de trinta mil inocentes, ceifado vidas, destruído sonhos e esperanças. O seu protesto tem como alvo o governo sionista de Israel, responsável por todo esse genocídio produzido pela atuação militar na Faixa de Gaza, e não o povo judeu.
Diante disso, o aspecto que deve ser considerado é a essência da mensagem de Lula, ou seja, a força expressiva do seu clamor pela piedade dos terroristas do Hamas. É este o ponto central do seu discurso. Trata-se de uma súplica dirigida aos algozes para que esses se conscientizem quanto ao número alarmante de mulheres, crianças, pessoas jovens e idosas que estão sendo devastadas pelos bombardeios, mortas a sangue frio, e as tantas que se encontram gravemente feridas e desamparadas. A fala de Lula, em hipótese alguma, não pode ser distorcida por aqueles que legitimam o massacre. O que tentam, de maneira leviana e afrontosa, é desviar o foco da sua questão principal: o genocídio precisa parar.

* Wagner Rocha é poeta e professor da Unimontes.

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