–  Levantamento traz Lula com possibilidade de vitória em primeiro turno. Em eventual segundo, venceria todos. Rejeição a Bolsonaro vai a 66% –

 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem a preferência de 45% dos eleitores na disputa presidencial deste ano. Segundo pesquisa da Quaest, encomendada pelo Genial Investimentos, Lula supera a soma todos os demais pré-candidatos apresentados pelo levantamento. O presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece com 16%, seguido por seu ex-ministro Sergio Moro (Podemos), com 9%. Em seguida vêm o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), com 5%, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 3%, e a senadora Simone Tebet (MDB-MS), com 1%. Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o Felipe D’Ávila (Novo) não pontuaram.

Desse modo, a simulação aponta para uma possibilidade de vitória de Lula ainda no primeiro turno, marcado para 2 de outubro. Isso porque a soma dos demais adversários, 41%, é inferior às intenções de voto do ex-presidente.

Segundo a pesquisa, no caso de eventual segundo turno com Bolsonaro, Lula venceria por 54% a 30%. Em termos de votos válidos (descontados nulos, brancos e abstenções), a vantagem corresponderia a 64% a 36%. Lula venceria também Moro, com 50% a 30% (62,5% dos válidos a 37,5%), e Ciro, com 52% a 21% (71% a 29%).

A pesquisa Genial/Quaest traz ainda rejeição de 66% a Bolsonaro, percentual de pessoas que dizem conhecer o candidato e por isso não votariam nele. Em relação a Lula, esse percentual é de 43%. O levantamento traz também uma pergunta curiosa, talvez com intenção de medir as chance de uma eventual terceira via: “Quem você prefere que vença?” Nesse caso, Lula aparece com 44%, e Bolsonaro tem 23%, ou seja, perde para quem responde nem um, nem outro (26%).

Bolsonaristas decepcionados
A pesquisa que aponta o favoritismo de Lula registra também um movimento crescente de decepção e reprovação ao governo Bolsonaro. Entre os próprios eleitores do presidente, entre julho e janeiro subiu de 48% para 55% os que acham que o governo está pior do se esperava (gráfico 1). Isso porque, para ampla maioria, Bolsonaro falha em todas áreas importantes (gráfico 2). Além disso, 60% dos entrevistados consideram que ficou mais difícil pagar as contas (gráfico 4).

A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2 mil pessoas dos dias 6 a 9. E tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

O cientista político Jair Nicolau, da Fundação Getulio Vargas (FGV), afirma que há um descompasso entre as políticas públicas de Bolsonaro e os efeitos eleitorais delas. Por exemplo, ele não capitaliza o auxílio emergencial e a vacinação. Além disso, o presidente tem duas “pedras no sapato”, como avalia Nicolau: o Nordeste e o eleitorado feminino.

“Desde 2018, o Nordeste é uma pedra no sapato do bolsonarismo, que não conseguiu entrar lá. O Haddad teve o mesmo desempenho da Dilma na região. O governo tentou entrar com políticas de transferência de renda, mas ainda é um desafio. Porque ele vai enfrentar o promotor das políticas públicas na região, que é o Lula”, observa.

“Além disso, se o segundo turno da eleição de 2018 fosse só com mulheres, a eleição ficaria quase empatada. Há uma disparidade de gênero que nunca vimos antes. As mulheres são 53% dos eleitores brasileiros, comparecem mais que os homens às urnas, e essa rejeição é uma péssima notícia pra ele”, analisou Nicolau, em live transmitida pela Genial.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

15 − 8 =