O extraordinário é o comum para Lionel Andrés Messi, 35. Com a Argentina cada vez mais próxima de entrar no modo desespero, ele mudou de posição, colocou o jogo debaixo do braço e deixou sua seleção mais perto da classificação na Copa do Mundo do Qatar.
Isolado, muito na frente e quase sem ser acionado nos primeiros 45 minutos, ele recuou após o intervalo. Com a bola passando mais pelo seu pé, a Argentina dominou a partida, mas não conseguia marcar. Era preciso um lance individual
Messi arrancou da intermediária aos 19 da etapa complementar. Chutou cruzado e rasteiro da entrada da área. Os argentinos no estádio de Lusail neste sábado (26), explodiram em um urro coletivo de alívio na mesma proporção que de felicidade. Foi o momento que em que a vitória se tornou possível. O placar final foi 2 a 0 sobre o México pelo Grupo C do Mundial.
Isso significa que na última rodada, a Argentina será primeira da chave se bater a Polônia, a depender do resultado da Arábia Saudita contra os mexicanos. Pode até se classificar em segundo com um empate, também dependente de combinação de placares e gols marcados pelas outras equipes.
Messi evitou que sua seleção voltasse ao modo destrutivo da era Jorge Sampali, encerrada com o fracasso no Mundial da Rússia, de 2018. Torneio marcado pelas trocas constantes na escalação e as confusas táticas do treinador. Havia sido assim de novo neste ano, na derrota para a Arábia Saudita na estreia.
Scaloni havia dito que a Argentina, apesar do revés, manteria sua maneira de jogar neste sábado. Era com esse esquema que tinha permanecido 36 jogos invicta. Mas Messi não via a cor da bola. Foi apenas ao abrir mão disso que a equipe melhorou e conseguiu chegar ao resultado. Porque Messi sem a bola é como tirar o piano de Beethoven, deixar Paulinho sem a viola, impedir Gardel de cantar.
Quando ele teve a bola, a Argentina venceu.
O México era o adversário ideal para os sul-americanos em um momento decisivo. Todas as vezes que a equipe encontrou este mesmo rival em partidas importantes de Mundial, ganhou. Foi assim nas oitavas de final de 2006 e 2010.
Lionel Scaloni arriscou na escalação. Manteve o esquema de jogo, de movimentação e posse de bola, mas mudou quase a metade dos titulares em relação à derrota na estreia para a Arábia Saudita. Foram cinco trocas, todas do meio-campo para trás. Entraram os laterais Montiel e Acuña, o zagueiro Lisandro Martínez e os volantes Guido Paredes e Alexis MacAllister.