Segundo a coordenação, 236 espécies já foram catalogadas no Parque, algumas raras no Brasil; prática de ‘birding’ aumentou nos últimos anos no local, que recebe visitantes de vários países.
Por *Sarah Thomé, G1 Grande Minas
Mais de 200 pesquisadores já praticaram ‘birding’ no Lapa Grande — Foto: Eduardo Gomes/Arquivo pessoal Mais de 200 pesquisadores já praticaram ‘birding’ no Lapa Grande — Foto: Eduardo Gomes/Arquivo pessoal
Mais de 200 pesquisadores já praticaram ‘birding’ no Lapa Grande — Foto: Eduardo Gomes/Arquivo pessoal
Você já ouviu falar em “birding”? No Parque Estadual da Lapa Grande (PELG), em Montes Claros, além das belas paisagens, trilhas e pinturas rupestres, a atividade de observação de pássaros, na tradução livre ao português, tem atraído um grande número de observadores e especialistas de vários países.
Segundo a direção da unidade, a prática começou em 2014, quando o Lapa Grande foi aberto ao público para visitação, mas cresceu nos últimos anos. No local foram registrados mais de 200 observadores e cerca de 236 espécies já foram catalogadas, entre elas, algumas raras no País.
“Em 2011 foi registrado a visita de um pesquisador, mas só em 2014, quando o Parque foi oficialmente aberto à visitação pública, é que começaram a surgir mais registros. Há cerca de três anos as atividades se intensificaram”, conta a gerente do Lapa Grande, Elisângela Alves Mota Chinelato.
Entre algumas das espécies avistadas no Parque, se encontram: Asa-de-sabre-da-mata-seca, piolhinho-do-grotão, cara-dourada, arapaçu-wagler, arapaçu-beija-flor, cabeleiro-enxofre, tico-tico-do-são-francisco, pica-pau-anão-pintado, maria-preta-do-nordeste, estrelinga-preta e pica-pau-dourado-escuro.
No começo, era mais comum a presença de pesquisadores profissionais na atividade. Porém, outros apaixonados pela natureza e pelas aves começaram a ser vistos frequentemente na unidade de conversação. Entre os visitantes apaixonados pelo “birding”, encontram-se pessoas de vários estados brasileiros e de outros países, como Estados Unidos, Reino Unido, Suécia, Canadá, França, Holanda, Portugal, Dinamarca e Costa Rica.
Referência
Segundo o diretor do Instituto Grande Sertão, Eduardo Gomes, Montes Claros se tornou um polo de referência para a prática do “birding”. “O Lapa Grande se tornou conhecido e referência nacional nos grandes pontos de observação de pássaros. Isso transforma o desenvolvimento econômico sustentável da cidade. É importante ter os ambientes de preservação, como os parques”, explica Gomes, que também é idealizador do Clube de Observação de Aves do Norte de Minas (COA).
Ainda segundo Gomes, o Instituto Grande Sertão ajuda na organização de outros movimentos que apoiam o “birding”, como em Botumirim, onde foi feita a redescoberta da ave rolinha-do-planalto, que estava extinta, sendo avistada após 75 anos. “Os estrangeiros vem de seus países especialmente para observar a rolinha-do-planalto”, conta o ambientalista, que atuou nos projetos de criação dos parques estaduais da Lapa Grande e de Botumirim.
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Visitação
Para quem quer visitar o Parque da Lapa Grande e praticar o “birding” é preciso fazer um agendamento prévio. No site do Parque é possível preencher a ficha obrigatória. O visitante também pode entrar em contato pelo e-mail: pelapagrande@meioambiente.mg.gov.br ou por telefone, no contato (38) 9 9913-3549.
*Sob supervisão de Ricardo Guimarães