Médicos trocam postos do SUS pelo Mais Médicos e ameaçam desorganização do sistema
Nos estados contatados, 58% das vagas preenchidas foram ocupadas por médicos que já atuavam na atenção básica do SUS
Levantamento feito em sete estados junto a conselhos de secretarias municipais de saúde (Cosems) do País concluiu que mais da metade dos profissionais que preencheram as vagas dos cubanos no Mais Médicos já trabalhava em Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Com as inscrições, os profissionais apenas migraram de um posto de saúde onde já eram servidores municipais para outro onde passam a ser integrantes do programa federal.
Dez dos 13 conselhos contatados disseram ter registrado em seus municípios a migração de profissionais. Nesses estados, 58% das vagas preenchidas foram ocupadas por médicos que já atuavam na atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS).
Os sete Cosems analisaram os vínculos de trabalho anteriores de 1.489 médicos que aderiram ao Mais Médicos e verificaram que 863 deles trabalhavam em postos de saúde de outras cidades ou Estados.
A situação fez o presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, se reunir nesta quarta-feira, 28, com membros do Ministério da Saúde para apresentar o problema. A pasta solicitou ao conselho um levantamento nacional dos números de profissionais que migraram de uma UBS para outra. O conselho pretende apresentar amanhã os números completos ao ministério.
“Estamos muito preocupados. Talvez seja preciso fazer mudanças no edital para evitar que a chegada dos médicos desorganize todo o sistema de saúde”, declarou Diego Espindola de Ávila, diretor do Conasems.
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