– Justiça apura tortura na Comunidade Terapêutica Resgatando Vidas, denúncias de maus tratos e torturas contra os internos.

 – Justiça apura tortura em clínica terapêutica

Uma equipe do Ministério público e da PM colheu, na Secretaria Municipal de Saúde, dados sobre o atestado sanitário da clínica, como mostra o destaque

Foi realizada no dia 25 de abril deste ano, em Montes Claros, a operação “Casa dos Horrores”, realizada pelo Ministério Público com a Polícia Civil, Polícia Militar e, ainda, com a Guarda Municipal, para apurar casos de maus tratos e tortura na Clínica Terapêutica Montes Claros. O proprietário, Toney Tomaz da Silva, foi preso em flagrante com arma em sua casa, mas liberado depois de pagar fiança de R$ 15 mil. Mais de 20 internos foram ouvidos pela Polícia Civil, em trabalho coordenado pelo delegado Erivelton Ruas, quando confirmaram os casos. Uma das vítimas, o professor aposentado de Português e Música, Antônio Carlos Ribeiro Lima, que é alcoólatra, denunciou as barbáries. O juiz Bruno Carmona, da 1ª Vara Criminal de Montes Claros, concedeu o mandado de busca e apreensão.

A clínica ainda não foi interditada, pois depende do relatório dos profissionais da Vigilância Sanitária e do Centro de Atenção Psicossocial. O promotor Rodrigo Wellerson Guedes, do Ministério Público, explica que a primeira denúncia ocorreu em janeiro de 2013. Porém, os dirigentes da comunidade foram chamados ao Ministério Público e assinaram Termo de Ajustamento de Conduta, que descumpriram. Cada paciente pagava R$ 1,5 mil por mês, mas, apesar do prazo máximo de nove meses, tinha alguns que estavam no local há mais de dois anos. O delegado Jurandir Rodrigues César Filho citou que as condições da clínica eram insalubres, com falta de condições adequadas para abrigar os internos. As cláusulas dos contratos são considerados leoninas, como devolução de apenas 40% do que foi pago em cheques pré-datados, caso a pessoa desista da internação.

Jornal Gazeta

 

CLÍNICA PARTICULAR É ACUSADA DE TORTURAR VICIADOS EM DROGA
Matéria do jornal Hoje em Dia

Em janeiro de 2013, esta clínica particular especializada no tratamento de pessoas viciadas em drogas foi denunciada ao Ministério Público Estadual (MPE), em Montes Claros, acusada de maus-tratos, tortura e de entorpecer os pacientes com medicamentos pesados.

O documento, de autoria do servidor público e ex-interno Pedro Ruas Neto, fala até na morte de um dos internos por overdose.
A Comunidade Terapêutica Resgatando Vidas, localizada no Anel Rodoviário, no bairro Grande Independência, é apelidada de “casa dos horrores” pelos internos. O diretor da instituição, Toney Tomaz da Silva, nega as acusações e afirma que os pacientes querem “fugir do rigor do tratamento”.

O analista de crédito Adriano Rocha Abreu, de 33 anos, ficou em tratamento no local entre novembro de 2010 e maio de 2011. “Tenho uma costela quebrada até hoje. Como me recusava a seguir as normas fixadas pela clínica, apanhei durante dois meses seguidos”, conta.

As sessões de maus-tratos e tortura seriam aplicadas, segundo a denúncia, tanto por Toney Silva quanto pelo coordenador Valério Ferreira. “Eu não queria tomar o coquetel de medicamentos conhecido como Caveirão, que deixava a gente dormindo por três dias. Abriam a minha boca, me agrediam e me amarravam”, acusa Adriano Rocha.

DINHEIRO
A família do analista de crédito pagava R$ 900 por mês pelo tratamento, além de fornecer verdura, arroz, feijão e outros produtos alimentícios. Ele relata que dividia o quarto com outros dez internos e era obrigado a limpar as fezes de outros pacientes. “Era uma situação humilhante. Alguns dormiam em colchões no chão. Se alguém conversasse alto, era levado para um quarto destinado às sessões de agressão e apanhava”, lembra Adriano.

O homem abandonou o tratamento antes dos seis meses previstos e passou por tratamento psicológico.

Caixa d’água

Responsável por fazer a denúncia ao MPE, Pedro Ruas também ficou internado na Resgatando Vidas, entre janeiro e julho de 2011. Na clínica, ele fez um diário sobre todas as irregularidades. “Os internos ‘rebeldes’ eram dopados e jogados dentro de uma caixa d’água cheia, no fundo da casa, quando também passavam a ser agredidos”.

SUPOSTA MORTE
Pedro conta como um dos internos teria morrido na clínica. Segundo ele, um homem de Sete Lagoas (região Central) foi internado na clínica em junho de 2011. “Um dia, ele estava muito agitado e recebeu uma alta dosagem de medicamentos e morreu”, conta o servidor público.
Ainda de acordo com Pedro Ruas, todos internos foram colocados no pátio, de costas, enquanto o corpo da vítima era retirado do local. A Polícia Civil em Montes Claros foi acionada e ficou de contactar as autoridades em Sete Lagoas para saber se há alguma denúncia sobre o desaparecimento do interno. (Hoje em Dia)

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