– Comunidades tradicionais de 10 países alertam sobre clima –

 – As comunidades tradicionais de nove países latino-americanos e de um africano estão participando do Seminário Intercâmbio do Mecanismo de Doação Dedicada, que começou na quinta-feira em Montes Claros e prossegue hoje e amanhã em Matias Cardoso e São João das Missões, onde estão discutindo os impactos provocados pela mudança climática, gerada pelo processo de degradação ambiental. O Comitê Gestor do DGM Brasil, composto por indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais com reconhecida atuação no Cerrado brasileiro e o Centro de Agricultura Alternativa, que é a agência executora nacional, debateram o quadro climático no mundo.

 O encontro em Montes Claros (Fotos: Cibele/CAA)

Os participantes são do Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Nicarágua, Panamá e Peru e estão animados em conhecer o Cerrado e sua “população tradicional”, conta Johnson Cerda, da ONG Conservação Internacional, que é o responsável mundial desse projeto. Ele lembra que a proposta é ver de que maneira as atividades que estão realizando se conectam a de outros países. Dentre os objetivos do intercâmbio, está o fortalecimento da articulação entre Povos e Comunidades Tradicionais, aproximando lideranças de diversas origens com o intuito de capacitar sua incidência política em ações de adaptação às mudanças climáticas e defesa de territórios.

O intercâmbio também procura trocar experiências sobre a implementação nos países das práticas de manejo sustentável e abordagens sobre salvaguardas sociais e ambientais. “É um panorama da execução destes projetos em cada país”, explica Paula Vanucci, da equipe chave DGM Brasil. “Uma oportunidade para conhecer lições que cada um vem tirando da implementação do DGM, além de fortalecer uma rede de organizações latino-americana de Povos e Comunidades Tradicionais”. Omaya Casana, da Rede de Mulheres Indígenas da Biodiversidade do Panamá, conta suas impressões do primeiro dia de encontro: “aqui, podemos conhecer as inquietudes e necessidades dos diferentes países que participam do DGM. É muito interessante formar uma rede entre nós, indígenas e comunidades locais. Todos têm o mesmo caminho de buscar o desenvolvimento coletivo e a proteção dos territórios”.

Ontem o grupo foi ao Quilombo da Lapinha, em Matias Cardoso. Hoje será na Reserva Indígena Xakriabá, em São João das Missões, onde dois projetos estão sendo apoiados pelo primeiro edital DGM Brasil, de gestão de recursos naturais “Extrativismo do Povo Xacriabá: fonte de renda, segurança alimentar e proteção do Cerrado”, e o projeto orientado ao mercado “Projeto Todos Juntos em prol da recuperação e restauração dos recursos naturais na comunidade território indígena Xacriabá”. O intercâmbio termina no domingo (18) com uma visita à Área de Experimentação e Formação em Agroecologia do CAA/NM e à Cooperativa Grande Sertão, em Montes Claros.

Via Girleno Alencar – Jornal Gazeta

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