Ex-presidente é acusado ainda por lavagem de dinheiro e peculato; outros doze envolvidos, incluindo Moreira Franco, também foram implicados
A força-tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro tornou o ex-presidente Michel Temer réu. Nesta terça 2, o juiz Marcelo Bretas acatou duas denúncias do MPF contra o ex-presidente por corrupção, lavagem de dinheiro e peculato no caso da Eletronuclear. Outros doze envolvidos, incluindo Moreira Franco, também foram implicados.
Esta é a segunda vez que Michel Temer é implicado na Justiça desde que foi preso, no dia 21 de março. No dia 28, a justiça de Brasília o tornou réu por corrupção passiva no caso da mala de 500 mil reais da JBS. A denúncia existe desde 2017, mas só se tornou ação penal depois que ele perdeu o foro especial ao deixar a Presidência.

Temer passou quatro dias na cadeia, e foi solto por um habeas corpus concedido pelo desembargador Ivan Athié. Na decisão, Athié considerou que eram frágeis as alegações da força-tarefa da Lava Jato para mantê-lo preso, e que a prisão preventiva havia se convertido em antecipação de pena. Ontem, o MPF pediu que o emedebista e outros sete beneficiados pela decisão voltassem para o xadrez.

Denúncia do MPF paulista
Também nesta terça-feira, o Ministério Público Federal em São Paulo apresentou denúncia contra o ex-presidente e Maristela, sua filha, por lavagem de dinheiro, agravado por associação criminosa. O caso tramitava no Supremo Tribunal Federal (STF) e foi remetido para São Paulo em janeiro, quando Temer perdeu o foro especial.

A denúncia está no bojo da Operação Descontaminação, que investiga desvios na Eletronuclear, e motivou a prisão de Temer há doze dias. De acordo com os procuradores, o apartamento de Maristela, que fica em São Paulo, teve uma reforma paga com dinheiro de propina da Engevix. A empresa teria se beneficiado de contratos com Angra III, em obras há 35 anos.

O Coronel Lima e sua esposa, Maria Rita Fratezi, também foram denunciados. Segundo a PF, documentos indicam que o casal cuidou pessoalmente da reforma.

O criminalista Eduardo Carnelós, advogado de Temer, afirmou em nota que o emedebista jamais recebeu vantagem indevida e, por isso, não poderia ter lavado dinheiro ilícito. Carnelós questionou que, enquanto estava no STF, dizia-se que a verba usada na reforma teria sido paga por um delator sem relação com a Eletronuclear, mas que agora aparece relacionado a um delator associado à empresa. “Apesar disso, nenhuma das denúncias oferecidas depois pelo MPF/RJ imputou esses fatos, que, agora, surgem na acusação formulada pelo MPF/SP.

Via Carta Capital

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