Além do recorde de mortes, Minas Gerais totalizou mais de 7 mil casos confirmados no dia

O estado de Minas Gerais bateu um novo recorde de mortes em 24 horas pela Covid-19, nesta quinta-feira (11). Segundo o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), o território mineiro registrou a marca de 20.087 óbitos. Ontem (10), Minas havia tido um recorde de casos confirmados da doença no período de 24 horas, chegando a 10.409 infectados. O infectologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Vandack Alencar acredita que a melhor maneira de diminuir esses números seja “a intensificação da vacina”.

De acordo com o boletim epidemiológico, o recorde de mortes pela Covid-19 registradas em Minas Gerais no período de 24 horas é de 263 óbitos, e assim o estado totaliza 20.087 perdas pelo coronavírus. O número casos confirmados nesse mesmo espaço de tempo é de 7.745. O estado mineiro já totaliza 946.556 casos de Covid-19 confirmados pelas unidades de saúde. Desse total, 64.404 pessoas estão em acompanhamento e 854.583 pacientes conseguiram recuperar-se da doença causada pelo vírus. Dos casos confirmados, 77.221 seguem internadas e 869.335 estão praticando isolamento domiciliar.

Para o infectologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG Vandack Alencar, os números em Minas Gerais estão diretamente ligados ao crescimento da pandemia no país, que pode estar sendo causado pelo aparecimento das variantes. “Em parte é provável que tenha a participação dessas novas variantes. A gente não tem isso bem medido, por exemplo, no nosso estado, mas já tem detecção de variantes circulando por aqui. Então é provável que essas variantes têm uma capacidade maior de infectar as pessoas e que elas já estejam contribuindo para a aceleração da pandemia e o aumento do número de casos e de mortes”, disse.

Falta de cumprimento das medidas também comprometeu o cenário
“Mas também é consequência do fato de a gente não estar, no momento, fazendo as medidas de isolamento e de distanciamento social e físico com o rigor que esse momento exige”, completou Vandack Alencar. O infectologista e professor mencionou algumas medidas que estão sendo tomadas em algumas cidades e pelo próprio estado, como o programa Minas Consciente. Entretanto, para Vandack, não é o suficiente para conter os números de mortes e infecções. “A melhor maneira seria intensificar a vacinação, já tem sido visto, de forma muito contundente, em alguns países, a redução de novos casos naquela parcela da população que já está sendo vacinada”.

“É intensificar vacinação e as medidas de isolamento, a população como um todo precisa aumentar sua adesão às medidas e cuidados, mesmo aquelas pessoas que não tem condições de ficar dentro de casa, por razões variadas, porque algumas pessoas de fato não têm como ficar. Que essas pessoas tomem as precauções de higiene frequente das mãos, do uso de máscaras com rigor e de forma adequada. Isso pode reduzir um pouco a velocidade com que as coisas estão piorando”, ponderou o infectologista.

Cenário quase sem perspectivas
Para ele, o cenário brasileiro de mortes e casos de infecção do coronavírus é quase sem perspectivas para as próximas semanas, e que a tendência é de que os números continuem em alta. “Mesmo que a gente assumisse medidas muito rigorosas hoje, o resultado dessas medidas demora um tempo para aparecer. Então você tem no mínimo um hiato de duas a três semanas para que as ações surtam efeito. Infelizmente o cenário tende a piorar, não só se manter mas inclusive podendo se agravar ainda nos próximos dias”, observou Vandack Alencar.

“A gente espera muito que, de alguma maneira, isso não aconteça, sobretudo aqui em Belo Horizonte, onde a gente tem conseguido ter um desempenho na média melhor do que outros lugares por causa das medidas que foram tomadas de uma maneira acertada em determinados momentos. Mas, neste momento, as medidas como estão sendo feitas serão suficientes para manter a situação no nível em que está. Na melhor das hipóteses, nós vamos ficar na situação um pouco mais grave como estamos durante um tempo, mas melhorar de imediato é muito pouco provável”, concluiu.

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