O ministro dos Transportes, Renan Filho, rebateu com firmeza as críticas do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) sobre o contrato de concessão da BR-381, assinado pelo governo Lula na quarta-feira, 22.
Conhecida como “Rodovia da Morte”, a duplicação da estrada é uma demanda histórica dos mineiros e foi usada como palco para um embate público nas redes sociais nesta sexta-feira, 24.
Aécio, ex-governador de Minas Gerais, adotou um tom cético em uma publicação no Instagram, sugerindo que a assinatura do contrato poderia ser mais uma “promessa adiada”. “Após décadas de descaso, o governo Lula assinou o contrato de duplicação da BR-381. Será que os mineiros finalmente podem acreditar que a obra será concluída?“, escreveu.
Renan Filho, por sua vez, apontou o histórico de negligência em gestões anteriores e ressaltou que as obras começam no dia 6 de fevereiro, como parte dos compromissos firmados pelo governo. “Faltou você lembrar que, no governo FHC, as rodovias federais de Minas foram estadualizadas sob sua gestão, com promessas de investimentos que nunca se concretizaram. Devolveram essas rodovias em condições ainda piores”, rebateu o ministro.
Aécio governou Minas Gerais de 2003 a 2010, período em que as demandas pela duplicação da BR-381 cresceram, sem que houvesse avanços concretos. A crítica de Renan reflete o cansaço dos mineiros com promessas não cumpridas, enquanto vidas continuam sendo ceifadas na perigosa estrada.
Durante a assinatura do contrato, Renan também criticou a ausência do governador Romeu Zema (Novo), que optou por não participar da cerimônia. “Parece que a cobrança é mais política do que pelo interesse real na obra. O foco deveria ser o cidadão, não o oportunismo político”, declarou o ministro.
O contrato firmado com a Concessionária Nova 381, do grupo 4UM Investimentos, prevê investimentos de R$ 10 bilhões ao longo de 30 anos, com o objetivo de melhorar a infraestrutura e reduzir os altos índices de acidentes.
A postura de Aécio foi vista por muitos como uma tentativa de desviar o foco de sua própria inação enquanto governador, ignorando que o governo Lula agora avança em um projeto há muito negligenciado. Renan Filho destacou que a duplicação não será apenas um compromisso no papel, mas uma obra prioritária que, finalmente, sairá do campo das promessas políticas.