Ministro, que investiga 1.345 processos criminais dos invasores, reforçou que celebrar tentativa de golpe também é cometer um crime

Na próxima segunda-feira (8), os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 completam um ano. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, mandou um recado a quem comemorar os atos.
“Qualquer pessoa que pretenda comemorar o dia 8 estará comemorando um crime, porque estará comemorando uma tentativa de golpe”, disse o ministro em entrevista à Veja.
Seria importante que essas pessoas tenham muito cuidado com o que vão fazer. Depois vão acusar o Ministério Público e o Poder Judiciário de serem rigorosos demais. Não se comemora tentativa de golpe. Não se comemora tentativa de derrubar dos Poderes constituídos. Isso é crime também.
Moraes é relator de 1.345 processos criminais que investigam a invasão e destruição da sede dos Três Poderes em Brasília. O ministro é um dos principais alvos de discurso de ódio e ameaças dos grupos que realizaram os ataques golpistas. Nesta quinta-feira (4), o ministro descobriu que um dos planos dos bolsonaristas em 8 de janeiro de 2022 era enforcá-lo na Praça dos Três Poderes. Segundo Moraes, financiadores do acampamento em frente ao Quartel-General (QG) do Exército haviam determinado três destinos para ele, que à época estava em viagem com a família pela Europa.
Ato em repúdio
Na data em memória ao 8 de janeiro, o Governo Federal está organizando um ato em repúdio aos ataques golpistas. A cerimônia será chamada de “Democracia Restaurada” e contará com a presença do presidente Lula (PT), do presidente do Senado, presidente da Câmara e presidente da Suprema Corte, além de ministros e autoridades.
No dia seguinte ao ato, na terça-feira (9), o Supremo também vai inaugurar a exposição “Após 8 de Janeiro: Reconstrução, memória e democracia” no edifício-sede do STF. A mostra será aberta ao público, funcionando das 13h às 17h. A cerimônia de abertura será feita pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso;

EXTREMA DIREITA
VÍDEO: Assista à declaração dramática de Moraes sobre “ser enforcado”

Ministro do STF e do TSE, que foi o fiel da balança na contenção do golpe de Estado tentado por bolsonaristas, falou sobre o plano para matá-lo. Veja o trecho

Às vésperas de completar um ano do ataque bolsonarista que tentou dar um golpe de Estado no Brasil, a notícia do dia foi a entrevista do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, aos repórteres Mariana Muniz e Thiago Bronzatto, do diário carioca O Globo, na qual o magistrado, que foi o fiel da balança na contenção do levante criminoso, contou detalhes sobre o plano da extrema direita, que inclusive queria assassiná-lo.

“Eram três planos. O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio. E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição”, contou.

Agora, o vídeo com o trecho dramático da entrevista foi disponibilizado. Moraes parece frio e tranquilo narrando o que foi descoberto nos inquéritos que preside no STF, mas as informações são chocantes e mostram o nível de violência e incivilidade dos seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Veja o trecho com a declaração:

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