A confissão foi feita em entrevista a uma rádio. Para derrubar o partido, o ex-juiz parcial também destruiu empresas brasileiras e o sistema judicial

– O ex-juiz Sergio Moro, declarado parcial e suspeito pelo Supremo Tribunal Federal, finalmente confessou que a Lava Jato foi uma operação para combater o Partido dos Trabalhadores, e não propriamente a corrupção. Sua confissão foi feita em entrevista a uma rádio do Mato Grosso nesta manhã. “Como é que a gente pode defender um governo desse? Com pessoas [com fome] da fila de ossos, um governo que foi negligente com as vacinas, um governo que ofende as pessoas, um governo que desmantelou o combate à corrupção. Tudo isso por medo do quê? Do PT? Não. Tem gente que combateu o PT na história de uma maneira muito mais efetiva, muito mais eficaz. A Lava Jato”, disse Moro na entrevista.

Para derrubar o Partido dos Trabalhadores, Moro corrompeu o sistema judicial, como foi reconhecido pela suprema corte brasileira, e destruiu 4,4 milhões de empregos, segundo o Dieese, criando as condições para o golpe de estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff. Depois de quebrar construtoras como a OAS e a Odebrecht, Moro prendeu o ex-presidente Lula para eleger Jair Bolsonaro, de quem foi ministro, e depois foi trabalhar para a consultoria estadunidense Alvarez & Marsal, que assumiu a recuperação judicial destas empresas e passou a viver como rico nos Estados Unidos. Em razão do conflito de interesses, os pagamentos da Alvarez & Marsal a Moro serão investigados pelo TCU. Saiba neste link como apoiar o documentário de Joaquim de Carvalho sobre o enriquecimento de Moro.

Logo depois de ter admitido a perseguição ao Partido dos Trabalhadores, o ex-juiz considerado suspeito e parcial pelo STF e ex-ministro de Bolsonaro recuou. Claramente, percebeu a confissão e tentou contorná-la dizendo que a Lava Jato apenas teria descoberto “os esquemas de corrupção” supostamente praticados pelo PT.

Kakay reage à confissão de Moro e vaticina: “este canalha vai sangrar ao ser investigado”

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, reagiu com indignação e revolta à confissão feita pelo ex-juiz parcial Sergio Moro, numa entrevista concedida nesta manhã a uma rádio do Mato Grosso. Nela, Moro disse que a Lava Jato foi um projeto de combate ao Partido dos Trabalhadores, confirmando o que muitos já sabiam: ele atuou para golpear a ex-presidente Dilma Rousseff e prender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, abrindo as portas para o fascismo no Brasil.

“Esta é uma declaração de extrema gravidade. O ex juiz, que foi considerado incompetente e parcial pelo Supremo Tribunal, admite que a operação lava jato, coordenada por ele e seus asseclas da força tarefa de Curitiba, combateu o PT”, disse Kakay. “É um desqualificado que admite agora que instrumentalizou o Judiciário e parte do Ministério Público. Incrível como o leigo não tem noção da gravidade desta declaração. É um cínico. Um canalha. Devemos investigar quem ele representava. Ainda hoje ele, o Moro, ataca de maneira vil o Ministro do Tribunal de Contas da União que se dispôs a, cumprindo um pedido do Ministério Público do TCU, investigar as estranhas relações do ex-juiz com determinado grupo. Ninguém está acima da lei, esta é a regra. Este canalha vai sangrar ao ser investigado”, prosseguiu.

“Este ex-juiz, que foi o maior eleitor do atual presidente ao prender o Lula , que estava na frente nas pesquisas , ganhou de contrapartida o Ministério da Justiça. Caso clássico, acadêmico, de corrupção”, disse ainda Kakay. “Ele agora admite. Resta saber como vão reagir as viúvas do Moro. Os que ainda o apoiam por razões que nós podemos imaginar, mas que não são republicanas. Vamos enfrentá-lo. O poeta já disse: a vida dá, nega e tira”, finalizou.

Confissão de Moro invalida todos os processos contra petistas, diz Wadih Damous

“Ele confessou que a Lava Jato foi urdida para criminalizar o PT. A meu ver, isso torna nulos todos os processos, não só os do Lula”, afirma Damous

Ex-deputado federal e ex-presidente da OAB-RJ, Wadih Damous (PT) comentou pelo Twitter nesta quarta-feira (29) o sincericídio do ex-juiz Sergio Moro (Podemos), declarado parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nos processos contra o ex-presidente Lula (PT) na Lava Jato.

Para Damous, ao admitir que a Lava Jato teve como principal objetivo “combater” o PT, Moro escancara sua parcialidade e obriga o Judiciário a anular todos os processos conduzidos pelo ex-juiz contra quaisquer petistas, e não somente contra o ex-presidente Lula.

“Embora Moro tenha dificuldades para pensar e se expressar, não há dúvida de que, hoje, ele confessou em entrevista que a Lava Jato foi urdida para criminalizar o PT e suas lideranças. A meu ver, isso torna nulos todos processos que envolvam petistas e não só os do Lula”, escreveu o ex-parlamentar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

7 + 2 =