Só os sentimentos de fraqueza e de culpa explicam o amadorismo com que Sérgio Moro está enfiando a si mesmo num caminho sem volta no caso dos diálogos com os procuradores da Lava jato (e destes, entre si) que o The Intercept está revelando.

O medo do que sabem que está por vir, especialmente áudios e vídeos, estes quase impossíveis de negar, está, desde o início impedindo que neguem, objetivamente, a promiscuidade em que estavam metidos. E que sabem que vai se aprofundar, inclusive com trechos em que revelarão a insubmissão explícita e a orientação descarada de outras instâncias judiciais.

Por isso, passo a passo, Moro está se enredando na teia que, muito lentamente, as informações do The Intercept tecem em volta dele.

O tal áudio que se divulgou com o pedido de “desculpas” ao MBL – “no caso de ter sido dito aquilo que ele diz que pode ser falso que disse” – por chamá-los de “tontos”.

É evidente que só cabe pedir perdão pelo que se fez, não pelo que não se fez e, na sua versão, teria sido enxertado.

O desastre, para Moro, é que ele não precisa ser verdadeiro, mas apresentar uma versão cuja a credibilidade é a sua própria figura e que, portanto, não precisa fazer sentido.

E isso já não basta mais.

Moro não entendeu que está em curso um julgamento político, não um processo jurídico. No qual está perdendo feito, pois nem seus defensores ousam mais dizer que ele não tinha “parte” no processo e trabalhava pela condenação do ex-presidente.

Portanto, a questão juridica da legalidade daa prova não só é insuficiente agora, como de nada valerá quando as revelações mais duras e diretas chegarem.

Via Tijolaço

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