Premiê mais poderoso em cinco décadas, Narendra Modi investiu pesado para conquistar o estado de Bengala Ocidental, mas foi castigado pela gestão da pandemia

O partido do premiê da Índia, o nacionalista hindu BJP, sofreu um duro golpe nas urnas em Bengala Ocidental.

“Não há como não associar esta derrota aos efeitos catastróficos da pandemia na Índia. Premiê mais poderoso em cinco décadas, Modi enfrenta agora os amargos reflexos do negacionismo: autorizou festivais religiosos com milhares de peregrinos e comandou, sem máscaras, gigantescos comícios eleitorais, enquanto a doença se alastrava”, escreve a jornalista Sandra Cohen no Globo.

A imagem messiânica do primeiro-ministro, que assumiu o poder em 2014 e foi reeleito cinco anos depois, é transmutada pela fúria popular. O governo é acusado de inação e despreparo. E responsabilizado pela maior crise humanitária da Índia desde a independência, em hashtags, como #ModiMustResign e #ModiMadeDisaster, que proliferam nas redes sociais.

Modi foi tachado de “superpropagador” do vírus pelo vice-presidente da Associação Médica Indiana, Navjot Dahiya: “Ele jogou ao vento todas as normas da Covid-19.” Críticos o acusam de priorizar as eleições em detrimento da pandemia e de afrouxar rapidamente os rígidos bloqueios para não perder votos.

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