Câmara gastou R$ 32,7 mil com a viagem de três deputados aos Estados Unidos para acompanhar uma audiência sobre perseguição a lideranças de direita

Nikolas Ferreira compara Elon Musk a Jesus Cristo em ato pró-Bolsonaro no Rio.
Créditos: Reprodução/Youtube
Plinio Teodoro

A Câmara dos Deputados gastou ao menos R$ 32,7 mil com a viagem de três deputados bolsonaristas aos Estados Unidos para acompanhar uma audiência no Congresso americano sobre a suposta perseguição a lideranças de direita no Brasil. Entre eles, estava o mineiro Nikolas Ferreira (PL-MG), o mais bem votado da história do país.
Apenas Nikolas gastou R$10.169,28 em diárias. Os dados foram divulgados pelo colunista Igor Gadelha do Metrópoles e confirmados pelo Estado de Minas.
Gustavo Gayer (PL-GO) e Bia Kicis (PL-DF) também participaram da comitiva até Washington como viagem oficial no sistema da Câmara. Segundo dados da Casa, Gayer e Bia receberam cinco diárias de R$ 2.259,84, totalizando R$ 11,3 mil para cada deputado.
Até o momento, nenhum dos três parlamentares bolsonaristas registrou o gasto com passagem aérea referente a essa viagem aos Estados Unidos no sistema de viagens da Câmara.
O EM entrou em contato com a assessoria do deputado Nikolas Ferreira, que apenas confirmou que os valores das diárias pagas aos deputados em missão oficial estão disponíveis na transparência do portal da Câmara.
A viagem ocorreu entre os dias 6 e 10 de maio e contou com a presença de outros deputados bolsonaristas. Entre eles, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Filipe Barros (PL-PR), atual líder da oposição na Casa. Estes dois não solicitaram a ajuda da Câmara para pagar a hospedagem.
Comitiva
A viagem dos bolsonaristas aconteceu após ataques do empresário Elon Musk ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. O grupo alega sofrer censura por parte de autoridades brasileiras, principalmente pelo ministro.
Foram quatro integrantes do painel ouvidos: o ex-apresentador da Jovem Pan, Paulo Figueiredo; o jornalista norte-americano Michael Shellenberger, responsável pela divulgação dos documentos sobre o Twitter no Brasil; Chris Pavlovski, CEO da plataforma de vídeos Rumble, popular entre conservadores, e Fábio de Sá e Silva, professor de estudos brasileiros na Universidade de Oklahoma.
Fábio de Sá e Silva rebateu as alegações dos outros três integrantes sobre as supostas violações de liberdade de expressão no Brasil. Chegou a mostrar uma foto do jornalista Vladimir Herzog, torturado e morto durante a ditadura militar brasileira, para dizer que nada remotamente similar a isso está acontecendo no Brasil nesse momento.

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