Presidente da Fundação Hemominas, Júnia Cioffi, e o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, apresentaram a novidade nesta quarta-feira (23) – Foto: Videopress Produtora
Novidade foi anunciada pela presidente do Hemominas e pelo Secretário de Saúde do Estado.
Uma nova técnica que já está em operação no Hemominas neste mês de dezembro promete eliminar doenças transmitidas pelo sangue. Chamada de Técnica de Inativação de Patógenos (TRP), a metodologia inibe os agentes infecciosos no sangue antes da transfusão.
A partir dessa mudança, algumas doenças com o citomegalovírus, dengue, chikungunya, zika, malária, febre amarela, vírus da gripe e outras infecções que possam passar numa doação de sangue serão inibidas, impedindo que a doença seja transmitida para os pacientes que recebem a doação.
O anúncio da novidade foi feito nesta quinta-feira (23) e contou com a participação da presidente da Fundação Hemominas, Júnia Cioffi, e do secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti.
De acordo com a presidente do Hemominas, através da nova técnica será possível mais garantir mais segurança para os pacientes.
“O que esse processo traz é um tratamento dessas plaquetas para inativar aqueles patógenos, vírus, bactérias que não são triados pelos testes que a gente faz, tanto o sorológico quanto o de sorologia molecular”, explica.
A inibição é realizada após a doação do sangue e, por isso, o processo para que já é doador continua o mesmo, conforme explica Júnia Cioffi.
“Esse processo é feito no laboratório de processamento. O dador continua doando da mesma forma. A inovação acontece dentro do laboratório, onde essas plaquetas passam por um equipamento onde tem essa inativação e depois ela é liberada para o consumo”, diz.
A inativação de patógenos, além de melhorar a qualidade do processo de transfusão, também vai impactar no aproveitamento dos estoques de plaquetas e aumentar de cinco para sete dias a vida útil do produto.
Para quem a novidade fosse implantada, o Hemominas recebeu um aporte de R$ 5 milhões. Parte do dinheiro investido foi pago através do acordo fechado com a Vale, referente a tragédia em Brumadinho, e o restante virá diretamente dos cofres do governo estadual.
“Houve um investimento do governo do estado, o valor inicial é de R$ 5 milhões que, depois da implantação, esse valor acaba sendo diluído porque nós podemos deixar de fazer algumas metodologias que fazíamos antes, então nós vamos poder diminuir a realização de controle bacteriano, porque já tem a inativação”, finaliza Júnia.
Único no Brasil
Segundo o secretário de Saúde, Fábio Baccheretti, a inovação torna a Fundação Hemominas no único serviço público do Brasil a adotar o método.
“É um motivo de alegria e os mineiros tem que sentir muito orgulho do Hemominas e ter certeza que o sangue eles recebem possuem as plaquetas mais seguras do Brasil. Nós estamos falando de uma metodologia já aplicada na Europa, no Canadá, e o Hemominas é pioneiro”, comemora.
No Brasil, apenas o hospital Sírio-Libanes de São Paulo – que é privado – adota uma metodologia semelhante e em menor escala.
Via Jornal O Tempo