O Parque Nacional do Peruaçu, com suas impressionantes cavernas, foi escolhido para representar a magia e o simbolismo central da trama

A nova novela do SBT, “A Caverna Encantada”, que estreou nesta segunda-feira (29), promete trazer muita emoção.
Algumas cenas foram gravadas em Januária, em Minas Gerais. Por lá, os moradores estão reunidos em uma praça no centro da cidade para assistir à estreia. Isso porque é a primeira vez que o local vira cenário de uma produção tão grande.
A viagem começa pela estrada e atravessa o sertão mineiro. Para encarar a missão, tem que ter coragem: palavra que não falta no vocabulário da personagem Anna, interpretada pela atriz Mel Summers. Na trama de “A Caverna Encantada”, a menina de sete anos cresceu em meio às belas paisagens do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu. O nome é de origem indígena e significa buraco grande.

A área de 56 mil hectares fica no norte de Minas Gerais. A 50 quilômetros do centro de Januária. Assim como a mãe, Anna quer ser uma arqueóloga. São os sítios arqueológicos que fazem a menina sonhar: são mais de 100 como espalhados pelo parque. Por trás da ficção, um pouco de história: o abrigo do Malhador é um importante centro de estudo.
No local, ainda é possível ver as estruturas de blocos de calcário que formavam as fogueiras. São indícios de vida humana de mais de 12 mil anos atrás.
“Isso conecta a chegada dos grupos humanos na América, então é muito importante, porque conecta a nossa arqueologia com a arqueologia internacional. A arqueologia é isso, desvendar o passado”, afirma a arqueóloga Maria Jacqueline Rodet.
Os pesquisadores acreditam que os homens pré-históricos que habitaram o parque usavam pigmentos de origem mineral para dar cor às pinturas rupestres. Tintas que vinham das rochas e eram diluídas com o fogo. Eles também usavam ainda um fixador muito potente, que faz com que as pinturas resistam até hoje. A substância ainda é desconhecida.
Para a caverna, são quase cinco quilômetros e muita disposição. Cerca de 100 metros só de descida. O local é uma unidade de conservação de proteção ambiental e está em processo de reconhecimento como patrimônio da humanidade pela UNESCO.

“Vários lugares do mundo têm cavernas, sítios arqueológicos, cânions, mas aqui, a forma como esses atrativos estão interligados, é muito diferenciada dos outros lugares”, diz Dayanne Sirqueira, chefe do Núcleo de Gestão Integrada do Peruaçu.
No ano passado, o parque recebeu 12 mil turistas. A entrada é gratuita.
A Gruta do Janelão é a principal caverna do parque e uma das principais cavernas do Brasil. É nela que está a Perna da Bailarina, a maior estalactite do mundo. Ela tem o tamanho de um prédio de nove andares e está no livro dos recordes.
Parece ficção, mas a caverna encantada é mesmo real. A conduta de visitantes Camila Machado foi quem acompanhou a equipe durante as gravações. “Foram dois dias bem intensos de gravação e a gente viu a caverna com outro olhar. Foi um acerto muito grande, porque para nós é uma caverna encantada e a gente tem que mostrar essa caverna encantada pra todo mundo”, afirma.

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