Para os que creem em coincidências, fica a saída de dizer – como certamente dirão os envolvidos – que a operação de busca e apreensão nos gabinetes do líder do Governo Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Filho, e do deputado Fernando Coelho Filho, são desdobramentos normais da investigação da Polícia Federal diante das investigações contra ambos, em razão de delações premiadas.
Mas salta aos olhos que “procurar documentos” comprometedores sobre contratos de 2013, a partir da delação de um doleiro que fez acordo de delação premiada em 2017 vem bem a calhar na guerra que se trava pelo controle da Polícia Federal.
Importa pouco que se alegue que a ex-procuradora geral da República, Raquel Dodge já a havia solicitado em fins de agosto – depois que já perdera a chance de ser reconduzida ao cargo – e só agora autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, não se sabe por que razões sensibilizado agora.