Diário do Bolso, 17 de agosto de 2021 – Por José Roberto Torero – Via Carta Maior

Diário, ontem, meu gigante de um metro e meio, o general Heleno, disse do alto de sua sabedoria que as Forças Armadas podem usar o artigo 142 para dar um golpe. E explicou: “O artigo não diz quando os militares devem intervir, mas diz que é para manter a tranquilidade do país.”

E o que é manter a tranquilidade, Diário? É parar com esse negócio de CPI da covid. É parar de investigar as compras de picanha e uísque do Exército. É parar de reclamar do dinheiro que vai pro Centrão. É parar de prender tipos que nem o Roberto Jefferson e o Daniel Silveira. É parar de reclamar da aposentadoria dos militares. É parar de querer saber como eu gasto meu cartão corporativo. É parar de falar que o Heleno ganhou mais de R$ 100 mil em junho.

No tocante à cuestão da intervenção, o Heleno disse que as Forças Armadas brasileiras tem uma “preparação muito boa” pra isso. E tem mesmo. O Helenão até dirigiu a missão de paz no Haiti. É verdade que teve uns assassinatos em massa. Por exemplo, no dia 6 de julho de 2005, trezentos militares armados invadiram a maior favela de Porto Príncipe e mataram 63 pessoas. E também teve três mil estupros (umas ongs haitianas estão até processando a ONU por isso). Mas missão de paz é assim, pô! Paciência…

O Heleno disse tudo isso no programa do Augusto Nunes na velha Jovem Pan. Esse jornalista me criticava muito antigamente, mas, graças a Deus, ele transformou o passado dele em pó.

Enfim, a verdade verdadeira, Diário, é que o general Heleno é o meu maior guarda-costas. Ou guarda-bunda, porque ele é baixinho.

PS: O General Heleno é um Sérgio Reis de farda ou o Sérgio Reis é um General Heleno de chapéu e berrante?

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