Tudo indica que o tal hacker de Araraquara foi uma criação do ex-juiz Sérgio Moro para tentar sair do “curé” (expressão “estar no curé” significa estar sem saída. E, no jogo de damas, que se está esticado no carreirão), que ele mesmo entrou.
Hoje, jornalista Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil desmontou a farsa de Moro e provou que sua fonte não é o “hacker de Araraquara”. Segundo Greenwald, o primeiro contato com a fonte ocorreu no início de maio, ou seja, um mês antes da denúncia feita por Moro, que apareceu em cena, coincidentemente, o tal hacker logo após do ex-juiz dizer que tinha sido hackeado.

A fonte que entregou os diálogos da Operação Lava Jato ao jornalista negou em conversa no dia 5 de junho que também tenha sido responsável pela invasão ao Telegram do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. O diálogo foi repassado à Veja pelo próprio Greenwald.
Na mensagem, o editor do The Intercept Brasil pergunta à fonte se ela havia lido uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo sobre a invasão ao celular do ex-juiz. O título da matéria dizia que o hacker usou aplicativos do aparelho e trocou mensagens por seis horas. “Posso garantir que não fomos nós”, responde a fonte, em mensagem transcrita de forma literal.
“Nunca trocamos mensagens, só puxamos. Se fizéssemos isso ia ficar muito na cara”, acrescenta a fonte em outra mensagem, antes de criticar o método de ação empregado contra o ministro. “Nós não somos ‘hackers newbies’ [amadores], a notícia não condiz com nosso modo de operar, nós acessamos telegrama com a finalidade de extrair conversas e fazer justiça, trazendo a verdade para o povo.”
Segundo Greenwald, o primeiro dos contatos com a fonte ocorreu no início de maio. Ou seja, um mês antes da denúncia feita por Moro.
O jornalista disse ter sido apresentado à fonte por um intermediário e destacou que todos os contatos foram feitos virtualmente. Greenwald também afirmou desconhecer a identidade do hacker, que teria extraído todo material do Telegram de Dallagnol.
“A fonte me disse que não pagou por esses dados e não me pediu dinheiro algum em troca desse conteúdo”, disse o jornalista.
O material divulgado pelo Intercept foi compartilhado com VEJA e a Folha de S.Paulo, que também publicaram reportagens sobre irregularidades da Lava Jato.

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