– A cada declaração de Bolsonaro causa espanto, fúria e indignação. Mas a culpa é de quem? –
O Presidente Jair Bolsonaro causou indignação ao afirmar que contaria como Fernando Santa Cruz – pai do atual presidente da OAB – foi morto na ditadura (oficialmente não se sabe do paradeiro de Fernando). A declaração foi dada em entrevista coletiva e depois confirmada pelo próprio Bolsonaro, numa transmissão ao vivo de seu corte de cabelos – apenas mais uma das bizarrices do atual mandatário, num misto de populismo barato e tosquice. Enquanto a imprensa se divide em ouvir especialistas sobre a declaração, o presidente da OAB promete ir à justiça e um ministro do STF afirma que “no mais, apenas criando um aparelho de mordaça”; a esquerda e os isentões {{e o Ciro Gomes, que ainda não decidiu qual alcunha – esquerda ou isentão – utilizar}} buscam culpados pela situação do país.
Antes das eleições Bolsonaro já havia afirmado, entre outras coisas, que “tem que fuzilar essa petralhada toda, tá ok?”. Antes, bem antes, afirmou ao programa CQC que não discutiria promiscuidade quando perguntado o que faria caso um de seus filhos namorasse uma moça negra. Também afirmou, muito antes, que a ditadura torturou pouco e exaltou, mais recentemente, o torturador Ulstra.

O mesmo ministro que hoje afirma que Bolsonaro precisa de uma mordaça participou do julgamento que absolveu o (agora) Presidente de racismo pelas declarações no CQC {{não acredite em mim – G1}}. A própria OAB participou da criminalização da política ao propor um “Impeachment pelo conjunto da obra” {{não acredite em mim – BBC}}.

Bolsonaro não é nenhuma surpresa. É o resultado prático de décadas da imprensa demonizando a política, da esquerda se afastando de suas bases sociais, seja no discurso fácil de “nunca antes nesse país os empresários ganharam tanto dinheiro“, seja no discurso populista do “PT se alinhou com a direita“; discursos que igualmente contribuem para a não politização da sociedade.

Pior é o aprofundamento desse método ao classificar todos os eleitores de Bolsonaro como fascistas ou estúpidos, como se o voto em Bolsonaro fosse um voto consciente daquilo que representava e não a força do inconsciente construído por anos a fio, de uma negação à classe política.

Circula em algumas redes de esquerda um texto, em teoria assinado por “Fiapo Carlos Araújo”, que resume bem o sentimento equivocado da esquerda brasileira, mas que poderia ser de qualquer isentão do momento {{alô Tábata Amaral}}

O Bolsonaro, não é o culpado!

O culpado, é o meu parente, o meu vizinho, o meu amigo…

O culpado, é o teu parente, o teu vizinho, o teu amigo.

O atual presidente, sempre defendeu a ditadura e a tortura…

Sempre defendeu a sonegação de impostos. Sempre foi racista, homofóbico, xenófobo e preconceituoso. Não tinha plano de governo.

Nunca foi sociável, não compareceu a um debate sequer. Ele sempre foi assim, sempre!

O verdadeiro culpado, é o meu parente, o meu vizinho, o meu amigo….

Ele disse sempre que não entendia de economia. Ele sempre chamou índios e quilombolas de vagabundos. Ele sempre falou, que se eleito, índios não teriam um centímetro de terra.

Sempre defendeu a caça de animais selvagens, e a liberação dos agrotóxicos.

Várias vezes, demonstrou que não gostava do povo, do povo mesmo. E fez várias manifestações contra os pobres. Defendia abertamente, que a mulher deveria receber um salário menor menor que o do homem.

E mesmo assim, a tua parente, a tua vizinha e a tua amiga votaram nele.

Ele sempre foi contra a educação pública.

E mesmo assim, a minha amiga, que é professora, votou nele.

Sempre foi contra a quase tudo que é público, e mesmo assim o meu vizinho, funcionário da CEF, votou nele.

Ele não sabe conversar, e mesmo assim, o meu parente metido a “intelectual” votou nele.

Ele se diz Cristão, mas defende armas, grupos de extermínio e passou a campanha apontando arminha, para todos os lados.

E os meus parentes, vizinhos e amigos que não saem da igreja e que p tudo dizem: “glória a Deus, Graças a Deus, Aleluia e em Nome de Jesus”, votaram nele.

Todas a conquistas sociais estão indo para o espaço.

E os nossos parentes, nossos vizinhos e os nossos amigos ainda defendem a reforma da previdência. Que é tão maravilhosa que os políticos, militares e o judiciário não farão parte dela…

Com Imprença

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