– Polícia Civil faz tempestade em copo d’água –

 Operação em Lontra virou chacota e mostrou o despreparo da nossa polícia – Cerca de 45 policiais participaram da operação, incluindo o helicóptero da PC e o canil de BH (Foto: Amaury Fonseca)
 Localizada na região Norte de Minas, a pacata Lontra tem pouco mais de 8 mil habitantes e está distante 115 quilômetros de Montes Claros e 541 quilômetros de Belo Horizonte. Entretanto, na manhã desta terça-feira ganhou ares de importância graças a uma desproporcional e desastrada operação policial que tinha como objetivo “extinguir” uma quadrilha supostamente especializada na distribuição de drogas. A propósito, a operação – que consumiu um ano de investigações e utilizou logística que lembra as incursões policiais nos morros cariocas – foi batizada de “Extinção” pela Polícia Civil. A pretensão era “desmantelar o trafico de drogas” na cidade, mas o que os atônitos moradores viram foi um show de pirotecnia com desfecho decepcionante.
O aparato policial, que mobilizou estrutura gigantesca, com mais de 40 agentes, canil de Belo Horizonte e até uma aeronave, apreendeu apenas uma peixeira velha, uma garrucha enferrujada, umas pedrinhas de crack e umas buchinhas de maconha. Ou seja, muito pouco para muito barulho e desperdício de dinheiro público. A movimentação intensa de policiais, com a qual a população não está acostumada, só serviu para evidenciar uma ostentação inútil e tumultuar a rotina das pessoas, além de expor negativamente a bucólica cidade.
“A população lontrense não pode aceitar que esse tipo de aventura ocorra novamente, pois ao invés de combater o tráfico a polícia faz a cidade ser motivo de chacota. Aqui jamais foi centro de distribuição de drogas”, desabafou um morador que não quis se identificar.

No momento desta Operação, agências dos Correios das cidades de Varzelandia e Manga estavam sendo arrombadas.

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