Liderada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a oposição protocolou no início da tarde desta terça-feira (28) o requerimento para criação da CPI do MEC, que visa investigar o possível esquema de corrupção na pasta durante a gestão Milton Ribeiro, que contou com a ajuda dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos. Cabe ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), instalar a comissão.
“No dia de hoje, a oposição protocola requerimento para instalação de CPI para averiguar o conjunto de irregularidades de que se tem notícia desde março no âmbito do Ministério da Educação. Este requerimento, que já contou com 29 assinaturas e, a partir de uma ação coordenada do governo ainda no mês de abril, tivemos a retirada de algumas dessas assinaturas, a partir dos últimos acontecimentos, em decorrência da prisão do senhor ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, conseguimos, finalmente, as assinaturas que restavam. Esse requerimento é protocolado no dia de hoje com 30 assinaturas”, contou Randolfe Rodrigues. O mínimo necessário para a instalação de uma CPI no Senado são 27 assinaturas.
Segundo o parlamentar, assinaram o requerimento “ainda há pouco” os senadores Marcelo Castro (MDB-PI) e Confúcio Moura (MDB-RO). “Temos ainda a expectativa de contarmos com a assinatura de outros dois colegas senadores”, contou.
Enquanto Randolfe Rodrigues ainda concedia entrevista coletiva, o senador Jarbas Vasconcelos (MDB-PE) também assinou o pedido de CPI, segundo a CNN Brasil. O requerimento, portanto, chegou a 31 assinaturas.
“É um requerimento robusto, mostrando que há um desejo no Senado de que este esquema escandaloso que se instalou no Ministério da Educação tenha uma séria investigação”, afirmou Randolfe.
O senador destacou que as investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público estão “sob forte ameaça” por parte do governo Jair Bolsonaro (PL) e que o objetivo da CPI é protegê-las. “É de conhecimento de todos, em áudio do próprio senhor Milton Ribeiro, de que o presidente da República interveio de forma clara para impedir que a investigação avançasse, em um claro crime, conforme o Código Penal, de obstrução às investigações e uso de informações privilegiadas. Além disso, outros elementos precisam ser investigados por essa CPI”.