Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado.Foto: Pacheco se reúne o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu vice Geraldo Alckmin (PSB) e integrantes do gabinete de transição; 09/11/22Créditos: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi reeleito presidente do Senado nesta quarta-feira (1) com 49 votos em plenário contra 32 de Rogério Marinho (PL-RN). Eduardo Girão (Podemos-CE), o terceiro candidato, havia retirado sua candidatura e declarado voto em Marinho. Não houve faltas, abstenções ou votos em branco.

“Gostaria em primeiro lugar de expressar minha sincera gratidão aos meus pares que me incumbiram novamente de dirigir o Senado Federal e o Congresso Nacional. Essa alta incumbência de presidir um dos poderes da República é um encargo que me honra e desafia. Novamente assumo a presidência com humildade, responsabilidade e comprometimento. Buscarei sempre desempenhar esse papel em obediência à Constituição Federal, às leis e ao regimento interno desta casa. Quero expressar igualmente minha gratidão e respeito ao PSD, partido que me acolheu e me indicou para presidir uma das mais tradicionais e longevas instituições da nossa República”, declarou o presidente reeleito em pronunciamento oficial.

Em seguida Pacheco falou aos eleitores do seu Estado, Minas Gerais, prometendo não abandonar as demandas mineiras por conta do cargo e prestou homenagem a Rogério Marinho e Eduardo Girão, derrotados no pleito. “O Brasil precisa de pacificação, os poderes da República precisam trabalhar em harmonia buscando sempre o diálogo. Os entes federativos devem trabalhar com diálogo para que as políticas públicas possam chegar à população. Da mesma forma o Senado Federal precisa ser pacificado para bem desempenhar suas funções de legislar e fiscalizar. Os bens do país estão acima de questões partidárias e nós, legisladores e legisladoras, precisamos nos unir pelo Brasil. A realidade do momento nos impõe um alerta: pacificação não significa omissão ou leniência. Pacificação não é inflamar a população com narrativas inverídicas, tampouco com soluções aparentes que geram instabilidade institucional. Pacificação não significa se calar diante de atos antidemocráticos”, concluiu.

Com a reeleição de Pacheco, a oposição ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que apostava na candidatura derrotada de Rogério Marinho para se fortalecer no Congresso, saiu derrotada. Rodrigo Pacheco ficará à frente do Senado Federal até o dia primeiro de fevereiro de 2025, quando uma nova votação deve ser convocada. A promessa é de trabalhar para o Brasil, não se alinhando nem ao governo e nem à oposição. Para o governo Lula, a decisão pode ser considerada uma vitória, uma vez que afasta o controle bolsonarista das principais mesas e comissões do Senado.

Como transcorreram as eleições do Senado
A sessão começou com o presidente Rodrigo Pacheco abrindo mão da presidência da Casa para colocar-se como candidato. Ele pediu a atenção dos senadores e passou a palavra, e a cadeira, para o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), o vice-presidente. Veneziano em seguida chamou os discursos dos candidatos.

O primeiro a falar foi Eduardo Girão, que fez um discurso lembrando sua atividade política calcada na defesa de pautas ultra conservadoras e pediu que o voto fosse aberto – o que ao final não foi acatado. Girão ainda teceu críticas ao Supremo Tribunal Federal por conta das apurações dos atos antidemocráticos que desdobraram nos ataques de 8 de janeiro em Brasília. “Estou convencido que temos uma crise econômica, política e social, mas a mãe de todas as crises é a moral, que assola a nossa nação. Aquele que sentar-se na cadeira de presidente deve garantir a democracia no país. Não podemos mais observar jornalistas, influenciadores, artistas e militantes políticos sendo perseguidos sem o devido processo legal”, afirmou. Ao final, abriu mão da sua candidatura e declarou voto em Rogério Marinho.

Revista Forum

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