Não foi a sorte que levou o Palmeiras a fazer uma temporada histórica em 2020. O título da Copa do Brasil, confirmado no último domingo, fez o Verdão encerrar o seu ano esportivo com três conquistas expressivas, algo que não ocorria no clube desde 1993, e também deixou o seu torcedor em estado de alegria.

É verdade que o projeto palmeirense começou de um jeito e precisou buscar uma nova rota no meio do caminho. Mas a ideia de dar espaço aos garotos formados pela base se manteve presente do início ao fim e fez a diferença.

O início com Vanderlei Luxemburgo foi importante por dar respaldo aos garotos e iniciar um trabalho sem as mesmas contratações dos anos anteriores. Deu resultado com o Paulistão. A evolução técnica da equipe, porém, veio somente após a chegada de Abel Ferreira, com a transição comandada por Andrey Lopes.

Foi nessa nova busca de “identidade” que o Palmeiras embalou para as grandes conquistas. O time liderado pela comissão técnica portuguesa teve ótimos jogos, mostrou evolução técnica, recuperou confiança de jogadores, mas sofreu com a sequência física e emocional.

Além de todas as dificuldades provocadas pela Covid-19, o Verdão viu seu time com vários garotos entrar em uma rotina de jogos importantes. Não teve plasticidade em alguns momentos, ou o que alguns definem como bonito em termos táticos mais modernos, mas manteve a rotina de competição e de disputas por títulos.

Abel Ferreira em Palmeiras x Grêmio — Foto: Marco Galvão

É difícil questionar um estilo de jogo “mais agradável” quando a eficiência mostra o que foi feito. O Verdão de 2020 disputou todos os 79 jogos possíveis de seu calendário.

Fracassou, sim, no Mundial de Clubes da Fifa, mas venceu o Campeonato Paulista, a Libertadores, a Copa do Brasil e só não brigou no Brasileirão porque não teve fôlego para enfrentar a maratona.

O Palmeiras pode ser cobrado para melhorar sua administração financeira, para diminuir sua dívida, ter mais transparência em alguns assuntos de seu dia a dia na sede social. No futebol, deve ser – como foi – questionado pelo seu desempenho ruim no Mundial de Clubes.

Mas nada disso diminui o feito alcançado por Abel Ferreira e seus jogadores. Um time que venceu três títulos importantes e disputou todos os jogos possíveis de seu calendário em 2020 merece ser elogiado.

A temporada que acabou teve um Palmeiras histórico contra o River Plate na Argentina, um time que venceu com sobra adversários de qualidade como o Atlético-MG, goleou com facilidade o Corinthians e não deu chances para rivais como Santos e Grêmio nas decisões da Libertadores e Copa do Brasil.

Um 2020 que vai ficar para a história do Palmeiras. E 2021 já começou…

 O Palmeiras chegou neste domingo ao quarto título na história da Copa do Brasil. Antes da edição de 2020, o Verdão já havia vencido a competição em 1998, 2012 e 2015.

A taça obtida na partida no Allianz Parque, contra o Grêmio, faz o Palmeiras deixar o arquirrival Corinthians e o Flamengo para trás e ser agora isoladamente o terceiro maior vencedor da competição nacional.

Só dois times ainda levam vantagem no número de títulos. O Cruzeiro venceu a competição seis vezes, enquanto o Grêmio soma cinco taças.

Copa do Brasil: com título do Palmeiras, Cruzeiro segue como maior campeão

Sexto título do Cruzeiro foi conquistado em 2018, sobre o Corinthians (Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro)
O Cruzeiro segue liderando o ranking dos maiores campeões da Copa do Brasil. Neste domingo, o Palmeiras bateu o Grêmio por 2 a 0 no Allianz Parque, em São Paulo, e levantou seu quarto troféu da competição mata-mata.

Veja abaixo a lista de campeões:
Cruzeiro: 6 (1993, 1996, 2000, 2003, 2017 e 2018)
Grêmio: 5 (1989, 1994, 1997, 2001 e 2016)
Palmeiras: 4 (1998, 2012, 2015 e 2020)
Corinthians: 3 (1995, 2002 e 2009)
Flamengo: 3 (1990, 2006 e 2013)
Atlético-MG: 1 (2014)
Criciúma: 1 (1991)
Fluminense: 1 (2007)
Inter: 1 (1992)
Juventude: 1 (1999)
Paulista: 1 (2005)
Santo André: 1 (2004)
Santos: 1 (2010)
Sport: 1 (2008)
Vasco: 1 (2011)
Athletico: 1 (2019)

*ECN, com Globo Esportes e Super Esportes

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