O sonho do título mundial do Palmeiras teve de ser adiado. Neste domingo, na estreia da equipe comandada por Abel Ferreira na competição, o Tigres, em um dia inspirado, foi quem tomou as rédeas do jogo contra os atuais campeões da Libertadores no estádio Cidade da Educação, em Doha, no Catar, saindo de campo com a vitória por 1 a 0, gol do francês Gignac, de pênalti.

Com o resultado, o Palmeiras desperdiçou a oportunidade de disputar o título mundial após 21 anos. Em 1999, o Verdão foi derrotado pelo Manchester United, por 1 a 0, no Japão. Agora, o time de Abel Ferreira terá de se contentar com a disputa de terceiro lugar do Mundial e aguarda o perdedor do duelo entre Bayern de Munique e Al-Ahly, do Egito, para saber quem será seu adversário.
O Tigres, por sua vez, disputará a grande decisão logo em sua primeira participação no Mundial de Clubes da Fifa. Mais uma vez brilhou a estrela do francês Gignac, que já havia sido o responsável pela vitória da equipe em sua estreia na competição, contra o Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul, por 2 a 1, marcando os dois gols.
O fracasso do Palmeiras não deve ser encarado como um fato isolado, “coisas do futebol”, como dizem. É, sim, o retrato da decadência do futebol brasileiro, que não conquista um título internacional importante há alguns anos, talvez com exceção do Flamengo, campeão da Libertadores em 2019, mas que sucumbiu ao Liverpool no Mundial.
O último título de um clube brasileiro nesta competição foi do Corinthians, no longínquo 2012. Já a seleção brasileira, se formos falar em Copa do Mundo, não é campeã desde 2002, o que ratifica a ideia de que deixamos, há alguns anos, de ser “o país do futebol”.

A relação que o torcedor tinha com a seleção não existe mais. Há algumas explicações para este fenômeno. Os clubes brasileiros, mal administrados, não conseguem manter as principais revelações e vendem os jogadores jovens, rapidamente, às primeiras propostas do futebol do exterior. Com isso, o torcedor perdeu o vínculo com sua seleção.

Além disso, o fato de os principais jogadores brasileiros atuarem no futebol internacional, fragiliza os clubes, o que se reflete na falta de conquistas.

Agravante

No caso do Palmeiras, há um agravante, que talvez tenha contribuído para a derrota deste domingo: um dia antes de enfrentar o Tigres, dois jogadores do time conversaram, pelo celular, com Jair Bolsonaro, que se diz palmeirense.

Felipe Melo, antigo apoiador do presidente, foi um dos jogadores. O outro foi Breno Lopes, autor do gol contra o Santos, que deu o título da Libertadores ao Palmeiras.

No mesmo dia, Bolsonaro foi às redes sociais e postou: “Na próxima quinta-feira seremos bi mundiais”, se referindo ao dia da final. Que o palmeirense me perdoe, mas é bem provável que o pé frio do presidente tenha influenciado o resultado do jogo

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