Peruaçu: áreas com importância geológica na história da Terra (Manoel Freitas)
Reconhecimento seria divisor de águas para o turismo regional
Pandemia e a mudança de rota
Membro da Sociedade Brasileira de Espeleologia, o coordenador da campanha do Peruaçu à categoria de Geoparque, Leonardo Giunco revelou a O NORTE que, na atualidade, todos os esforços estão voltados para elaboração de um “dossiê simplificado, detalhamento de cada atrativo, muitos elaborados já em 2017”. No seu modo de entender, a classificação reforçaria no futuro a candidatura à Patrimônio Mundial.
Justificou que “a questão da candidatura à Patrimônio Mundial deu uma desarticulada em função de alguns fatores, alguns internos e outros externos, mas o principal foi a pandemia da Covid-19, porque a Unesco fechou tudo, de formas que as datas, as metas que tínhamos previstas foram todas por água abaixo, porque se ninguém podia sair de casa, quando mais fazer as coisas andarem e nível internacional”.
Observou que, “mesmo com o apoio irrestrito que tínhamos do Ministério da Cultura, fomos orientados – de modo muito claro – a buscar primeiramente a chancela de Geoparque, mais fácil, mais rápida, muito mais barata e com igual visibilidade”. A mudança de rota, nesse momento, segundo Léo Giunco, seria do mesmo modo um alerta da Secretaria de Biodiversidade, à qual estão subordinados todos os parques nacionais do Brasil. Por fim, disse que em 2019, na candidatura a Patrimônio Mundial “estava à frente do Peruaçu apenas os Lençóis Maranhenses, e hoje nem se fala nisso, dada a combinação de fatores que dificultou as candidaturas junto à Unesco”.
Turismo nacional e internacional
Na visão de Aurélio Vilares, secretário de Turismo, Cultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico de Januária, desde 2017, quando do anúncio do pleito do Peruaçu à Patrimônio Mundial, não faltou em nenhum momento esforços por parte de seu Comitê Coordenador. Então, disse não ter dúvidas de que até 2025 o Parque Nacional será reconhecido como Geoparque, “proporcionando um novo olhar para nosso complexo espeleológico e arqueológico, que figurarão em definitivo no mapa do turismo nacional e, principalmente, internacional”.
Para o secretário, “o Peruaçu reúne todos os atributos essenciais para atender ao reconhecimento como Geoparque, que vão desde os sítios que apresentam belezas únicas, a exemplo a maior estalactite do mundo, a Perna da Bailarina, na Gruta Janelão, e, do mesmo modo, grandes áreas de alta relevância para preservação e conservação do cerrado e Mata Atlântica”.
Chamou atenção para outra característica fundamental ao pleito, “a existência de muitas comunidades no seu entorno, que já desempenham importante papel no desenvolvimento do turismo sustentável da região, gerando renda e melhorando a vida dos moradores”. Para Aurélio Vilares, “ter o Vale do Peruaçu em nosso território é um grande privilégio e reconhecemos sua importância para cadeia produtiva do turismo, percebida a olho nu pelos turistas e pesquisadores que visitam o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu desde que foi criado, em 1999”.