Divulgada nesta quarta-feira (15) a pesquisa Quaest, encomendada pelo banco de investimentos Genial, revela que os endinheirados estão na contramão da população brasileiras na avaliação do governo Lula.

Segundo o estudo, realizado com 82 agentes de fundos de investimentos com sede no Rio e em São Paulo entre 10 e 13 de março, 90% do chamado “mercado financeiro” classificam o governo Lula como “negativo” e 10% como “regular” – sem nenhuma avaliação positiva.

Por outro lado, a pesquisa Quaest realizada em fevereiro mostra que 40% da população brasileira avaliam como positivo o governo e outros 24% como regular – apenas 20% responderam negativo e 16% não sabem.

Circulando em meio aos endinheirados e defendendo uma política economômica austera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem seu trabalhado avaliado como positivo por 10% dos entrevistas. Outros 52% classficam como regular e 38% como negativo.

O índice de confiança em Lula também é muito baixo. Apenas 1% dizem confiar muito no presidente, enquanto 94 dizem confiar “pouco ou nada” – 4% dizem que têm “mais ou menos” confiança em Lula.

A desconfiança em relação ao presidente só é superada por Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidenta nacional do PT, e por Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, que são rejeitados por 98% dos analistas financeiros.

Em relação a Fernando Haddad, 1% diz confiar muito, 33% confiam mais ou menos e 66% não confiam. Entre os governistas, o vice presidente Geraldo Alckmin é o melhor avaliado, com 5% dizendo que confiam muito e 38% mais ou menos.

O bolsonarista Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, é muito confiável para 68% – outros 30% confiam mais ou menos e 2% pouco ou nada.

Visão da política econômica

A baixa adesão do mercado financeiro, que reúne grande parte de especuladores econômicos, ao governo Lula pode ser explicada pela desconfiança na política econômica da atual gestão, que contraria em grande parte o neoliberalismo radical de Paulo Guedes, ministro da Economia de Jair Bolsonaro (PL).

Segundo a pesquisa, 66% dos entrevistados acreditam que há uma chance alta do governo Lula implementar um imposto sobre lucros e dividendos nos próximos 6 meses. No mesmo período 18% vêem como alta a probabilidade do governo de taxar grandes fortunas – outros 34% dizem que há chance “regular” de que isso aconteça.

Em relação à Petrobras, 91% acreditam que a companhia vai mudar a política de distribuição de dividendos, que no ano passado distribuiu R$ 215,8 bilhões ao sistema financeiro. Outros 81% acham que o governo Lula vai alterar a política de paridade de preços internacional, o chamado PPI, adotado durante o governo Michel Temer (MDB) e mantido por Bolsonaro.

Os financistas ainda acreditam que o governo vai usar o Banco do Brasil e a Caixa para concorrer com os bancos privados e baratear o crédito – 86% – e aprovar mudanças nas leis das estatais, cancelando muitas privatizações, como a da própria Petrobras – 74%.

Veja a pesquisa na íntegra.

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