Do Facebook do jornalista Luís Costa Pinto, a crua tradução do noticiário da expedição punitiva da PF sobre Luciano Bivar, o agora inservível presidente do PSL.
O episódio que transcorre esta manhã, busca e apreensão na casa do presidente do PSL Luciano Bivar, representa a ascensão mais súbita e mais grave na escalada fascista, antidemocrática e antiinstitucional por que passa o Brasil.
Antes de seguir, necessário separar de joio de trigo e nesse enredo não há trigo, só joio.
Bivar tem extenso prontuário como usufrutuário de situações que tangenciam crimes – eleitorais, de colarinho branco, de chantagem, entre outros passeios pela floresta de capítulos dos códigos civil e criminal. Mas, como sempre teria de ser, o Estado não poderia pôr o aparato policial contra um inimigo de quem o conduz qual manobrista de marionete.
O Estado Democrático de Direito não pode servir de fantoche para um pretenso autocrata nascente travestido de paladino da moral. E é isso o que Bolsonaro pretende parecer ser.
Bivar não escapa ileso de um baculejo da Polícia Federal e do Ministério Público seja em sua vida política, na vida privada ou em seus negócios empresariais.
Contudo, o conveniente e descarado cronograma da PF chefiada pelo ex-juiz e protofascista Sérgio Moro, empreendendo buscas e apreensões contra o ex-aliado e hoje grande desafeto político do presidente que escorrega na ladeira do descrédito público, parece – e é – uma agenda persecutória indigna de uma democracia.
Bolsonaro precisa provar que desconhecia a operação de hoje já há uma semana, quando advertiu a um dos patetas que foram tirar foto com ele diante do Alvorada a necessidade de conservar distância de Bivar. À luz dos acontecimentos desta manhã, é óbvio que o presidente da República fora informado pelo seu títere da Justiça que a polícia política sob seu comando faria o que fez.
Chama-se Operação Guinhol, diz a PF, porque seria nome decorrente do Teatro de Bonecos. Na verdade, como se dá no Recife, cidade onde há larga tradição desse tipo de manifestação cultural e artística, o batismo é de fato Operação Mamulengo. E o boneco conduzido ao sabor das vontades de seu mestre (despreparado, inculto, abusivo e escroque, mas “mestre”) é a própria Polícia Federal.
A PF se converteu numa DINA chilena, numa KGB soviética, numa Gestapo nazista, num FBI de J. Edgar Hoover.
Descrição
Mamulengo é um tipo de fantoche típico do nordeste brasileiro, especialmente do estado de Pernambuco. A origem do nome é controversa, mas acredita-se que ela se originou de mão molenga – mão mole, ideal para dar movimentos vivos ao fantoche. Um ou mais manipuladores dão voz e movimento aos bonecos.