Os delegados Bruno Resende, Renato Nunes e Jurandir Rodrigues durante coletiva de imprensa

A Delegacia de Homicídios, da Polícia Civil (PC) de Montes Claros, aguarda a conclusão de, pelo menos, três laudos periciais complexos para seguir investigando a morte do adolescente Juan Nicassio Ferreira Ramos, de 13 anos, registrada em uma praça do bairro Raul José Pereira, no último dia 9. Na manhã dessa terça-feira (29), o delegado Bruno Resende divulgou o suposto envolvimento de três policiais militares no caso.

No dia do encontro do cadáver a suspeita era que o menor havia sido esfaqueado nas costas, ferimento, inclusive, atestado por uma equipe do Samu. Na época, acreditava-se que o crime tinha motivação passional. A vítima chegou a ser enterrada, porém, baseada em depoimentos de testemunhas, a PC exumou o corpo quatro dias depois e, durante as investigações, descobriu que Juan havia sido baleado a um quilômetro de distância da praça. A perícia identificou que o adolescente foi atingido nas costas por um tiro e encontrou um projétil no corpo.

Corpo da vítima foi encontrado em uma praça, nos arredores de um conhecido ponto de venda e consumo de drogas, no bairro Raul José Pereira Na suposta cena do crime estojos de munições utilizados pela Polícia Militar foram apreendidos. Vestígios de tiros e rastros de sangue também foram encontrados. A partir desse momento, já com a participação do comando da PM, os três militares – um soldado, um cabo e um sargento – foram identificados, intimados e já prestaram esclarecimentos. As armas usadas por eles foram entregues para perícia. A viatura empenhada no turno dos três militares também foi periciada e nada ilícito encontrado. “Não foram encontrados vestígios de sangue na viatura. O adolescente não foi transportado na viatura. Não houve uma tentativa de socorro ou de piorar o ato. Não houve pratica de tortura ou qualquer outra situação em relação a isso”, detalhou o delegado. A PC já tem informações de que o menor teria envolvimento direto com o tráfico de drogas na região dos fatos.

VERSÕES | Segundo o delegado, em depoimento testemunhas afirmam que Juan foi abordado três vezes na madrugada do fato. Na última abordagem, já por volta das 3h30, o menor teria sido visto correndo e sendo perseguido por militares. As mesmas testemunhas afirmaram que nesse momento tiros foram ouvidos e Juan não mais visto. “Não temos testemunhas presenciais dos disparos, mas testemunhas que presenciaram a abordagem”, explicou o delegado. A PC analisa um vídeo, gravado por câmeras de segurança de um imóvel da região, no qual uma pessoa de moto aparece supostamente prestando socorro à vítima. Jornal Gazeta – Foto: Júnior Mendonça

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