Irmã de Aécio tinha paranoia de falar ao telefone; investigações policiais patinam na busca de provas contra os Neves há quase dois anos

No esforço de levantar provas contra Aécio Neves, a Polícia Federal vem tentando há um ano e dez meses acessar os dados de um celular de Andrea Neves, apreendido à época de sua prisão. Segundo informou nesta segunda-feira o Estado de Minas, o iPhone foi enviado agora aos EUA, onde há tecnologias mais avançadas no setor. Mas a nova iniciativa tem tudo para fracassar como as anteriores.

Ainda que consiga desbloquear o celular, a polícia dificilmente encontrará nele informações relevantes ou que façam diferença nas investigações. A irmã e mentora de Aécio Neves sempre usou celulares com muita restrição e precaução. Em seus anos de poder em Minas, ela evitava o telefone, preferia os contatos pessoais para tratar de coisas importantes.

Andréa era tão paranoica com a possibilidade de ser ouvida ou gravada via celular que pedia frequentemente aos interlocutores para desligarem seus aparelhos, antes do início de qualquer conversa. E não satisfeita, às vezes ainda cuidava de acomodar bolsas com celulares em cômodos separados do ambiente da reunião: “Mesmo desligados, eles ainda podem gravar”, ensinou uma vez a um interlocutor sobre os perigos da escuta via celular.

A essa altura, a polícia já deve conhecer os hábitos de Andrea o suficiente para saber que dificilmente achará um coelho no mato telefônico. Mas faz a tentativa por falta de opções. Passados quase dois anos, as investigações ainda não conseguiram reunir provas suficientes para a prisão de Aécio, que permanece livre e com mandato no Congresso. Pegar o ex-presidenciável tucano virou um ponto de honra para a Lava Jato, desde a condenação e encarceramento de Lula.

Andrea foi presa em maio de 2017, na Operação Patmos, acusada de pedir propina a Joesley Batista, da J&F, no valor de R$ 2 milhões, em benefício de Aécio. Na época da suposta transação, o tucano era senador e presidente nacional do PSDB. Ambos foram denunciados pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em abril de 2017. Atualmente, ela responde o processo em liberdade.

Os Novos inconfidentes 

 

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