Passados quase 30 trinta dias do anúncio feito pela Petrobras sobre a revisão da política de preços do Gás Liquefeito do Petróleo (GLP), as mudanças ainda não foram sentidas no bolso do consumidor em Montes Claros. Desde o dia 5 do mês passado, os preços do gás de uso residencial (comercializado em botijões de até 13 quilos) e do gás de uso industrial foram revistos para baixo. “Esses valores representam uma redução média de 13,4% no preço do GLP industrial e de 8,2% no preço dos envasados até 13 quilos”, segundo informações da estatal. Ainda segundo a Petrobras, com as alterações, “os reajustes passam a ser realizados sem periodicidade definida, de acordo com as condições de mercado e da análise dos ambientes interno e externo”.

Os ajustes, entretanto, ainda não estão sendo aplicados nas revendas montes-clarenses. Para José Geraldo Custódio, proprietário de uma revenda de Gás localizada no bairro Canelas, a Petrobras vende o GLP a granel para as engarrafadoras, que arcam com os custos de envasilhamento e operação, além de impostos. “A Petrobras estava com uma política de aumento diário no combustível e mensal no gás. As engarrafadoras absorveram vários aumentos, então, nesse caso, elas não mexeram ainda”, explica o empresário.

A falta de repasse do desconto pelas engarrafadoras também foi apontada por João Mendes, proprietário de uma distribuidora no bairro Maracanã. Segundo ele, os próprios consumidores têm cobrado a redução no preço, entretanto, ainda é necessário um posicionamento das companhias. “As engarrafadoras estão alegando que vão usar (o ajuste) para recuperar a margem e para resolver problemas internos. Por enquanto, nós não temos nenhuma resposta concreta se a queda vai ser repassada para os revendedores. Repassando para nós, consequentemente, vamos passar para o consumidor final, mas, a princípio, não tem nada resolvido”.

Já para o empresário Marcos Paulo Lacerda, proprietário de uma revenda no bairro Santa Rita, desde que a Petrobras implantou a política de preços do GLP, a estatal promoveu outros descontos, entretanto, os mesmos não chegaram ao setor de revenda e, consequentemente, ao bolso do consumidor.

Segundo ele, “o gás virou produto de luxo e não de utilidade pública. O Governo pode até reduzir, mas não há garantia de chegar ao consumidor. O reajuste fica incorporado na planilha de custos das distribuidoras. Nesse sistema, hoje, o Brasil é refém”.

Via Jornal Gazeta

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