A Paraíso do Tuiuti, que denunciou o golpe ao mundo em seu desfile na Sapucaí, ficou atrás da campeã, Beija-Flor, que fez o discurso da Lava Jato e da Globo, mas a verdadeira campeã do povo e que liderou uma hashtag que já está entre os assuntos mais comentados no Twitter mundial logo após a divulgação do resultado, foi justamente a Tuiuti.

 A verdadeira campeã da história foi a Tuiuti, que se destacou pela irreverência e pelo enredo de protesto, ao denunciar o golpe ao mundo e mostrar Michel Temer como um vampirão neoliberalista. Enquanto isso, a escola de samba Beija-Flor levou seu 14º título, por causa do demagógico discurso de exaltação da Lava Jato, dando ênfase de que o principal problema do Brasil é a corrupção. Já a Paraíso do Tuiuti, que se destacou pela irreverência e pelo enredo de protesto, ao denunciar o golpe ao mundo e mostrar Michel Temer como um vampirão neoliberalista, foi vice, mesmo ela se tornar o assunto mais comentado na internet do carnaval e foi eleita em vários prêmios de público, como a verdadeira campeã.
O desempenho da Paraíso do Tuiuti e os gritos de “Fora Temer”, até na apuração dos resultados do carnaval do Rio de Janeiro de 2018, decretam o fim do governo golpista de Michel Temer. Durante sua transmissão ao vivo, longe das ilhas de edição, a Globo não conseguiu abafar o clamor popular pela saída do presidente ilegítimo e, ainda que tenha ficado na segunda colocação da classificação oficial, certamente, no placar da história, a Tuiuti é a grande campeã do carnaval deste ano.
No carnaval de 2018, o desfile da agremiação de São Cristóvão foi um destaque à parte. Denunciou a manipulação dos meios de comunicação e da própria Globo em rede nacional, pela frequência da própria emissora. As críticas ao presidente vampiro do neoliberalismo foram destaque até na imprensa internacional. Foi uma verdadeira goleada. A Tuiuti jogou como time grande na casa do adversário
A Globo até tentou nos convencer de que o desfile da Tuiuti não foi nada demais, cerceando o tempo dedicado à escola no Jornal Nacional. Mas, diante da grande repercussão que foi o desfile, a emissora teve de se render aos fatos e, ainda que tardiamente, apenas no dia seguinte, se viu obrigada a voltar ao assunto no Jornal Nacional.
Em um sentido mais amplo, este carnaval representou uma verdadeira catarse do povo. Um grito de indignação, que nem mesmo os grandes meios de comunicação de massa, aliados históricos da elite nacional, foram capazes de silenciar. Aos poucos, o povo parece acordar de um estado de letargia, provocado pelo golpe de 2016. É como se a população começasse, agora, a despertar de uma ressaca, daquelas que nos deixa com muita dor de cabeça.
Dor de cabeça, não só em razão da reforma trabalhista, da lei da terceirização irrestrita, do congelamento do orçamento público para educação e saúde pelos próximos 20 anos, da reforma da Previdência, da entrega da Petrobras, ou da privatização da Eletrobras, mas, também, pela volta do desemprego, da pobreza e da violência, que avançam brutalmente no cotidiano das pessoas nas grandes cidades. Esse é o espectro e o legado do governo Temer e não há como qualquer candidato que se identifique com esse golpe tentar se desassociar de tal realidade.
Outro ponto que parece ter ficado ainda mais evidente, neste carnaval, é a força do presidente Lula como única liderança realmente capaz de aglutinar a esperança do nosso povo. Os gritos de “Volta Lula” deixaram claro: não há pacificação sem Lula e eleições sem Lula é fraude. No carnaval de 2018, o povo demonstrou já entender que eleições sem Lula serão o golpe dentro do golpe.
Este carnaval evidencia que o Brasil, retratado diariamente pelos meios de comunicação de massa como excludente e em que a riqueza só pode ser para um pequeno grupo de privilegiados, fracassou. Os governos de Lula e de Dilma provaram que é possível fazer diferente e que é possível, sim, incluir e distribuir renda, sem deixar de lado o crescimento econômico.
Os exemplos de resistência são inúmeros. Os mais pobres não estão dispostos a voltar para as favelas, os beneficiários do Minha Casa, Minha Vida não abrem mãos do sonho da casa própria, os negros e as negras não querem sair dos bancos das universidades, milhões de brasileiros que passaram a ter acesso à luz elétrica, por meio do programa Luz para Todos, não querem regressar para a escuridão, entre tantos outros brasileiros e brasileiras, que conheceram o que é ter mais cidadania, a partir dos governos Lula e Dilma.
Por isso, está cada vez mais claro que a superação da crise política, econômica e de representatividade, em que o golpe de 2016 mergulhou o país, exige, necessariamente, um processo eleitoral livre e democrático, em que Lula tenha o direito de ser candidato. Que o carnaval deste ano sirva de exemplo para as eleições que se aproximam. Pois, a legitimidade da nossa democracia e de um novo governo eleito necessita, assim como foi o carnaval de 2018 e o desfile da Tuiuti, de um verdadeiro banho de povo.

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