– Mobilização de professores reverte prejuízo na pós-graduação, mas luta permanece no âmbito da graduação

– A mobilização dos professores fez com que a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) voltasse atrás e suspendesse temporariamente os efeitos de duas portarias (90 e 93) que tratam de critérios da jornada estendida nos cursos de pós-graduação. Seus efeitos eram danosos para efetivos e designados.
A decisão veio depois de reunião entre o reitor Antônio Alvimar e coordenadores dos programas de pós-graduação, ocorrida no último dia 4 de julho. O vice-presidente da Associação dos Docentes da Unimontes (Adunimontes), Rafael Baioni, ressalta, entretanto, que a medida não vale para a graduação, justamente onde há a imposição de dobrar a carga horária didática necessária para a jornada estendida.
“Na prática, isso faz com que os professores efetivos precisem trabalhar mais a partir do segundo semestre de 2019 para continuar recebendo o mesmo que recebiam no primeiro semestre”, explica Baioni. Para a Adunimontes, as portarias representam um grande retrocesso trabalhista, tendo em vista que os salários dos professores estão há muito tempo congelados e, portanto, indiretamente diminuem. No âmbito da graduação, a intensificação do trabalho dos professores efetivos acarretará na perda de emprego para grande contingente de professores designados.
Segundo a entidade, esse é o caminho que a gestão da universidade encontrou para acatar a política de cortes do governo Zema, precarizando o ensino e desvalorizando o trabalho do professor.
No que se refere à pós-graduação, foram revistos pontos, abrindo-se a possibilidade de manutenção da exigência de 8 horas aula no semestre, 16 anuais, para 2019. Foi mantida também a divisão de disciplinas sem afetar a soma total da carga horária de cada professor (no caso dos programas interdisciplinares).
Também permaneceu o Barema (instrumento de avaliação da produção docente), contrariamente ao pedido de alguns coordenadores para que fosse retirado. Entretanto, a reitoria disse que haverá estudos em cada caso em que o professor não atingir a pontuação mínima. Baioni alerta, porém, que a existência do Barema insere critérios para o corte das jornadas estendidas da pós-graduação, tratando-se mais de um instrumento de seleção do que de avaliação. Por isso, entende que seja prejudicial para a categoria.
Foi formada uma comissão de avaliação dos critérios para a jornada estendida nos próximos anos.

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