Ursula von der Leyen e Lula se encontram nesta segunda-feira (12/6), no Palácio do Planalto

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, teceu elogios a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em encontro com o presidente do Brasil nesta segunda-feira (12/8), no Palácio do Planalto, em Brasília.

Para Ursula, Lula “trouxe o Brasil de volta ao cenário mundial”. “Vamos respirar uma nova vida à nossa parceria. Primeiramente, com uma coordenação mais forte em ações climáticas, de comércio e energias renováveis. Também expressei nosso apreço pela condenação do Brasil quanto à participação da Rússia na Ucrânia”, destacou ela.

O encontro entre Lula e Ursula durou cerca de uma hora. O presidente brasileiro expôs as preocupações do país com “o instrumento adicional ao acordo apresentado pela União Europeia em março deste ano, que amplia as obrigações do país e as torna objeto de sanções em caso de descumprimento”.

“A premissa que deve existir entre parceiros estratégicos é a da confiança mútua e não de desconfiança e sanções. Em paralelo, a União Europeia aprovou leis próprias com efeitos extraterritoriais e que modificam o equilíbrio do acordo. Essas iniciativas representam restrições potenciais às exportações agrícolas e industriais do Brasil”, afirmou Lula.

No caso, ele se referia à norma aprovada pelo Parlamento Europeu, em abril, que proíbe a venda no continente de produtos oriundos de desmatamento em florestas.
Há uma lista de produtos primários na lei: gado, madeira, soja, café, cacau, borracha e dendê. Qualquer outro produto que seja alimentado (no caso da soja, por exemplo) ou derivado dessas commodities também estão contemplados no texto, como couro, chocolate, móveis, carvão vegetal, produtos de papel impresso e derivados de óleo de palma.

‘Impossível de aceitar’

Em entrevista no fim de abril, Lula já havia dito que a atual proposta era impossível de aceitar.

Os europeus buscaram estabelecer requisitos sustentáveis mais duros, que apresentaram no início deste ano. O acordo tem padrões de sustentabilidade que não são vinculantes (ou seja, obrigatórios), por isso os blocos estão negociando o termo adicional, chamado de “side letter”, que torna esses compromissos ambientais uma exigência.
(Com Folhapress)

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